O presidente da Câmara de Pombal, Pedro Pimpão, disse hoje à agência Lusa que a população do concelho está a viver “momentos de aflição”, com as chamas a ameaçarem pessoas e várias habitações.
“Estou no IC8 e já vi casas a serem destruídas pelas chamas. Não há bombeiros. Não é culpa deles, que são incansáveis, mas não há recursos humanos nem materiais. Já não há autotanques”, afirmou Pedro Pimpão, que falava à Lusa a propósito de um incêndio que atinge desde sexta-feira o município e que hoje reacendeu com intensidade.
O autarca social-democrata sublinhou que a população está a viver “momentos de aflição” e que já foi necessário “evacuar casas e famílias em risco”, assim como um lar em Ramalhais, na freguesia de Abiul.
Pedro Pimpão lamentou a falta de recursos para combater o incêndio: “Estamos a ajudar famílias e crianças que estão em risco de vida. É uma situação de desespero. Está totalmente descontrolada”, acrescentou.
O presidente referiu ainda que na zona do IC8, em Pombal, onde se encontrava pelas 19:00, estava “tudo escuro” devido ao fumo, o que tornava a situação mais aflitiva.
O incêndio de Pombal deflagrou na sexta-feira, pelas 14:50, na freguesia de Abiul, e reacendeu hoje.
Segundo o sítio na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, pelas 19:12, estavam no terreno, 217 operacionais, apoiados por 58 veículos e um meio aéreo.
Portugal continental entrou às 00:00 de segunda-feira em situação de contingência, que deverá terminar às 23:59 de sexta-feira, mas que poderá ser prolongada caso seja necessário.
A declaração da situação de contingência foi decidida devido às previsões meteorológicas para os próximos dias, que apontam para o agravamento do risco de incêndio, com temperaturas que podem ultrapassar os 45º em algumas partes do país, segundo disse, no sábado, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.