fertilizante

Incêndios: Quercus defende aproveitamento de matos, adubos “verdes” e rotação de culturas

A associação ambientalista Quercus defendeu hoje medidas “eficazes e exequíveis” de prevenção de incêndios florestais e combate à seca, como o pastoreio em parques, o uso de adubos “verdes”, a rotação de culturas e o aproveitamento de matos.

Segundo a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, se se interligar a agricultura e o pastoreio com a floresta é possível “aumentar o sequestro de carbono no solo”, um elemento “essencial para mitigar as alterações climáticas”, que deixam Portugal “em cenário de seca e vulnerável a mais fogos incontroláveis”.

A Quercus adianta, em comunicado, que ter solos ricos em carbono é igualmente essencial para a produção de alimentos, o armazenamento de água nas reservas subterrâneas e superficiais de água potável e a prevenção de cheias.

De acordo com a associação, em Portugal “a perda de matéria orgânica/carbono” nos solos agrícolas tem-se agravado ao longo de vários anos.

Uma das “soluções eficazes e exequíveis” que a Quercus enumera para “aumentar o sequestro de carbono no solo” é o aproveitamento dos matos e resíduos agrícolas e florestais.

A Quercus assinala que “a prática tradicional de corte e recolha do mato nas áreas florestais é uma forma eficiente de transferir” nutrientes como o carbono e o azoto para o solo, sendo que a produção de lascas de ramagens frescas de espécies florestais, incluindo o eucalipto, pode ser usada para fins agrícolas na cobertura do solo, regenerando-o, permitindo o sequestro de carbono.

Em complemento, deve ser promovida a adubação ecológica com plantas e leguminosas “eficientes na fixação biológica do azoto em simbiose com a bactéria do solo rizóbio” – fava, tremoço, tremocilha, trevos, luzernas – e com “rotações de culturas que incluam sempre leguminosas proteaginosas”, como grão-de-bico, feijão-frade, fava, ervilha, lentilha ou soja (se houver água para regar).

O comunicado da Quercus salienta que, devido à poluição causada pelos adubos químicos, Portugal tem nove zonas vulneráveis com águas subterrâneas com excesso de azoto e, por isso, “impróprias para consumo humano”.

Por último, a associação ambientalista defende “curtos períodos de pastoreio” em parques naturais, para permitir a recuperação das pastagens, realçando que o carbono “é o principal nutriente do solo”, ao alimentar “milhões de organismos”, como bactérias, que “são muito importantes” para a produtividade agrícola.

O carbono armazenado no solo na forma de húmus é, segundo a Quercus, a melhor maneira de o “sequestrar sem que seja consumido pelos incêndios”.


Publicado

em

, ,

por

Etiquetas: