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Incêndios: Região de Leiria pede reforço de incentivos para mitigar prejuízos

A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) vai solicitar ao Governo um reforço de incentivos para mitigar os prejuízos causados pelos incêndios que atingiram nos últimos dias vários concelhos da região.

A CIMRL aprovou hoje um plano de ação para a execução de medidas de ordenamento florestal e vai solicitar ao Governo o reforço de incentivos para “minimizar as significativas perdas materiais” nos concelhos mais afetados pelos incêndios florestais, nomeadamente Alvaiázere, Ansião, Leiria e Pombal, referiu a comunidade, numa nota enviada à agência Lusa após uma reunião dos autarcas.

Os presidentes de Câmara da Região de Leiria consideraram que “a abrangência e a escala de destruição das sucessivas vagas de incêndios na região tornam necessário que se tomem medidas concretas e concertadas no sentido de recuperar as áreas ardidas, através de um plano coerente, sem medidas avulsas ou isoladas”.

A CIMRL salientou que, entre 07 e 18 de julho, a região foi “fortemente afetada por uma vaga de incêndios, em que se perderam floresta e bens materiais”.

“Arderam, só na região de Leiria, mais de 12.500 hectares, com especial incidência nos concelhos de Alvaiázere (4.398,95 ha), Ansião (2.491,32 ha), Leiria (3.973,78 ha) e Pombal (1.688,59 ha), valores que na presente data representam cerca de 30% do valor total da área ardida em Portugal Continental (43.000 ha)”, lê-se na nota.

Perante este cenário, a CIMRL disse entender que se “exige um plano de ação para a execução de medidas de ordenamento florestal a todos os concelhos afetados pelos incêndios florestais na região de Leiria” e defendeu que seja revisto o Programa Regional de Ordenamento Florestal do Centro Litoral, adaptando-o à nova realidade.

“Sobretudo, por haver mais 12.500 hectares ardidos, a que se somam mais de 100 mil hectares de área ardida resultante dos incêndios de 2017, e que precisam urgentemente de um correto ordenamento florestal, parece-nos ser inquestionável a necessidade de garantir uma resposta adequada a esse ordenamento”, insistiram os autarcas.

Para aqueles responsáveis, “deve ser implementado um plano de ação para a execução de medidas de ordenamento florestal, através de medidas de gestão integrada e com reforço de financiamento, que permita, entre outros domínios, acelerar o processo de cadastro simplificado da propriedade rústica (através do Balcão Único do Prédio – BUPI), nos concelhos mais afetados pelos incêndios da região de Leiria, em articulação com as organizações de produtores florestais e as autarquias”.

Relativamente às operações de combate aos incêndios rurais e de apoio aos meios da proteção civil, a CIMRL defendeu ainda a criação de um projeto de “implementação e manutenção das redes de defesa intermunicipais (rede viária florestal e redes de pontos de água), condição necessária para mitigar os riscos de reacendimentos e propagação rápida de incêndios, fator crítico no prolongamento das ocorrências registadas nos últimos dias”.

Este projeto teria um orçamento de 21 milhões de euros, para executar 3.000 quilómetros de rede viária florestal e 360 pontos de água em toda a região Centro, e já foi entregue às autoridades regionais e junto da nova Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF).

O presidente da CIMRL, Gonçalo Lopes, citado na nota, considerou que, “pelas especificidades do território da região de Leiria, é urgente desenvolver medidas estruturais que provoquem a resiliência e a adaptação das florestas, a par de ações de valorização económica e de incentivo aos proprietários e gestores florestais”.

“A região deseja proteger e regenerar cada vez mais a biodiversidade florestal e adotar práticas de gestão florestal sustentável. Precisamos de incentivos concretos para a transição e mitigar as perdas registadas”, reforçou o também presidente do Município de Leiria.

Fazem também parte da CIMRL os Municípios de Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Marinha Grande, Pedrógão Grande e Porto de Mós.


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