Três incêndios de grandes dimensões continuavam a preocupar a Proteção Civil ao meio-dia de hoje, em Benespera, na Guarda, em Carrazeda de Ansiães, em Bragança, e em Ourém, no distrito de Santarém, admitiu o comandante André Fernandes.
Num ‘briefing’ na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide (Oeiras), para fazer o ponto de situação dos incêndios em Portugal, o comandante disse ainda que o incêndio florestal que lavrava desde as 12:18 de quinta-feira em Sever do Vouga, no distrito de Aveiro, já tinha sido dado como dominado.
O responsável adiantou ainda que na quinta-feira registaram-se 91 incêndios em Portugal continental, dos quais 84 foram resolvidos no ataque inicial.
Sete destes 84 demoraram mais de uma hora e meia a ser controlados, dos quais três mantinham-se ativos hoje cerca das 12:00, em Benespera, na Guarda, em Marzagão, no concelho de Carrazeda de Ansiães (distrito de Bragança), e em Ourém, distrito de Santarém, depois de o fogo em Sever do Vouga ter sido dado como dominado, já perto do meio-dia.
O combate ao fogo em Ourém “está a evoluir favoravelmente”, com 439 operacionais, 135 veículos e três meios aéreos no teatro de operações.
Na Guarda, o flanco direito do incêndio em Benespera mantinha-se com 90% do fogo dominado e o restante perímetro do incêndio estava em resolução, ocupando 225 operacionais, apoiados por 80 veículos e um meio aéreo.
O incêndio de Carrazeda de Ansiães mantinha duas frentes ativas e preocupava a proteção civil “pela sua extensão e, acima de tudo, por ser numa área de difícil acesso a forças apeadas”, disse André Fernandes, salientando que este fogo estava a ser combatido por 226 operacionais, 73 veículos e quatro meios aéreos.
André Fernandes destacou que até agora existem ferimentos ligeiros, mas nada de relevante em relação a danos ou ferimentos no combate a estes incêndios.
O maior número de ocorrências registou-se na quinta-feira nos distritos de Porto, Aveiro, Setúbal e Leiria.
Segundo o Comandante Nacional, mantêm-se em alerta laranja para prontidão de forças os distritos de Vila Real, Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco e Santarém.
A partir das 00:00 de sábado juntam-se a estes os distritos de Leiria, Coimbra e Aveiro, mantendo-se os restantes distritos do continente em alerta amarelo.
Segundo André Fernandes, estão pré-posicionados para agir 535 bombeiros a nível nacional, além dos bombeiros já envolvidos no ataque a fogos.
A Proteção Civil realça que o quadro meteorológico mantém-se propício a incêndios, com humidade relativa do ar inferior a 20% no território, vento de leste mais intenso até 45 km/hora nas terras altas e expectativa de temperaturas elevadas para valores de máxima acima de 40 graus e mínimas que podem ser superiores a 20 graus na generalidade do território.
Alerta ainda para a proibição de realizar queimas e queimadas, trabalhos em espaços florestais e em espaços rurais e agrícolas com recurso a maquinaria e de fogos-de-artifício ou pirotecnia.
Mais de 70 concelhos dos distritos de Faro, Santarém, Leiria, Coimbra, Viseu, Castelo Branco, Portalegre, Guarda, Vila Real, Bragança e Faro apresentam hoje um perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O IPMA colocou também vários concelhos de todos os distritos de Portugal continental em perigo muito elevado e elevado de incêndio rural.
Nos próximos dias, Portugal continental irá enfrentar uma situação de tempo quente persistente, que deverá dar origem a uma onda de calor em muitas áreas do território.
Na quinta-feira, o Ministério da Administração Interna (MAI) decretou a situação de alerta devido ao “significativo aumento do risco de incêndio rural”. O alerta começou às 00:00 de hoje e vai vigorar até 15 de julho.