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Incêndios: Vítor Paulo Pereira defende “trabalho coletivo” para travar fogos no Alto Minho

O novo presidente da Proteção Civil de Viana do Castelo defendeu hoje que “cada vez mais o trabalho coletivo” é a melhor resposta para combater os fogos florestais “face aos desafios das alterações climáticas e do recuo demográfico”.

“O futuro será cada vez mais difícil e, portanto, aumentarão as exigências das intervenções. Neste contexto, a proteção civil é cada vez mais um trabalho coletivo, onde o espírito de cooperação será fundamental para atingirmos os objetivos com eficácia”, afirmou Vítor Paulo Pereira, numa nota enviada às redações.

O presidente da Câmara de Paredes de Coura é o novo responsável pela Comissão Distrital de Proteção Civil de Viana do Castelo, após a nomeação do ex-autarca de Caminha, Miguel Alves, para cargo de secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro.

Na terça-feira, em comunicado, a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho revelou que Vítor Paulo Pereira foi designado para aquelas funções, pelo Conselho Intermunicipal daquela estrutura que agrega os 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo.

A CIM do Alto Minho indicou ainda que integram a mesma comissão os presidentes das câmaras municipais de Monção, António Barbosa, e de Ponte da Barca, Augusto Marinho.

Contactado hoje pela agência Lusa, o Comandante Operacional Distrital (CODIS) de Viana do Castelo, Marco Domingues, referiu que os dados provisórios do Sistema de Gestão da Fogos Florestais indicam que, até terça-feira, deflagraram este ano 776 incêndios florestais, que consumiram 5.388 hectares.

Para Vítor Paulo Pereira, o “tempo complexo e dominado por elevada incerteza” que o mundo atravessa, “onde as consequências das alterações climáticas, além de interferirem com o quotidiano, são potenciadoras de elevados riscos, são verdadeiros desafios para todas as estruturas de proteção civil”.

“As alterações climáticas não servem para explicar totalmente a severidade dos grandes incêndios. O recuo demográfico, o envelhecimento das gentes das nossas aldeias e a falta de gestão dos espaços florestais explicam também este flagelo”, reforçou Vítor Paulo Pereira.

O novo responsável defendeu que, “com humildade e empenho”, a estrutura procurará “trabalhar com proximidade e espírito de colaboração com todos os agentes de proteção civil”.

“Através da cooperação e da coordenação das várias unidades distritais de proteção civil poderemos ultrapassar algumas das nossas fragilidades e prestar um melhor serviço às populações. Conto com todos, e esperamos aprender muito”, sublinhou.

Vítor Paulo Pereira destacou ainda que “num contexto de várias preocupações, os fogos florestais, pelas razões conhecidas, são a maior ameaça à segurança das populações do Alto Minho”.

“Todos os anos, os incêndios florestais aumentam de intensidade, atingem maior gravidade e estendem-se a meses inesperados. São o maior desafio que se coloca à proteção civil distrital e que exigem a melhor articulação entre todas as entidades envolvidas para minimizar os impactes sobre a floresta, ambiente e sociedade”, alertou.

Com uma área total de 222 mil hectares, 162 mil hectares área florestal, o distrito de Viana do Castelo é composto por 208 freguesias, 99 das quais (8,9% do total do país) são consideradas prioritárias na prevenção de fogos florestais e onde estão identificados 1.185 lugares prioritários.

Nos 2.250 quilómetros quadrados dos 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo, de acordo com o Censos de 2011, residem 240.133 habitantes.

O distrito conta com 11 corporações de bombeiros voluntários, sendo Caminha o único concelho que tem duas destas corporações. Já Viana do Castelo, além de uma corporação de bombeiros voluntários, dispõe de um corpo de bombeiros sapadores.

Em setembro, com base no Recenseamento Nacional dos Bombeiros Portugueses, o distrito dispunha de 673 bombeiros, dos quais 647 são do quadro ativo e 26 do quadro de comando.

Desde 2019, o distrito de Viana do Castelo passou a contar com apenas um meio aéreo para combate aos incêndios florestais, quando até aquele ano e desde 2010 dispunha de dois helicópteros ligeiros, sediados no Centro de Meios Aéreos de Arcos de Valdevez.


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