Inflação dos alimentos está acima dos 10% há nove meses

Governo dirige-se hoje ao país a propósito do aumento dos preços dos bens alimentares, que em janeiro subiram 18,54%. Retalho diz não haver especulação, mas ASAE já reforçou a fiscalização.

A inflação até parece que está a abrandar em Portugal, mas os preços dos alimentos continuam sem dar tréguas. Em janeiro, se a inflação abrandou para 8,36% (face a 9,59% em dezembro), os bens alimentares continuaram a subir 18,54%, face a 17,6% em dezembro, de acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Aliás, há nove meses que os preços dos alimentos estão nos dois dígitos e superou até a marca dos 19% em outubro passado.

O setor do retalho assegura que “não há especulação”, mas o país continua a ver os preços subir mais do que na Zona Euro. A ASAE já avançou com um reforço da fiscalização e o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, convocou uma conferência de imprensa para esta quinta-feira com o foco no aumento dos preços dos produtos alimentares.

Entre 10 bens e serviços em que os preços subiram mais em Portugal do que na Zona Euro, oito são produtos alimentares. De acordo com um levantamento feito pelo jornal Público, os bens que subiram mais do que na Zona Euro são os ovos, leite fresco, fruta em conserva, comida de bebé, carne de porco, açúcar, legumes e arroz.

Este dado opõe-se à realidade a que se assistia antes da atual crise inflacionista: os preços dos alimentos em Portugal aumentavam a um menor ritmo do que aquele que se registava na Zona Euro. Em outubro de 2021, a inflação nos bens alimentares em Portugal era de 0,5%, enquanto na Zona Euro era de 1,8%.

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