Iniciativa anual da AFLOSOR reuniu associados e técnicos para a prevenção de incêndios rurais

A AFLOSOR – Associação dos Produtores Agro-Florestais da Região de Ponte de Sor levou a efeito na passada sexta-feira, dia 18 de junho, uma ação de formação dirigida a associados, a operadores de veículos com kit de primeira intervenção e a tratoristas que acorrem aos incêndios com grades de discos ou cisternas para o apoio no abastecimento de água. “Esta ação de formação não é inédita. Decorre todos os anos por esta altura (exceção feita a 2020 devido à pandemia). Umas vezes apoiada numa vertente teórica e outras, no terreno, numa vertente mais prática com simulacros ou outros tipos de ação”, diz-nos José Luís Alves Bento, um dos fundadores da Associação e atual coordenador da AFLOSOR para assuntos relacionados com os incêndios rurais. O objetivo da iniciativa, acrescenta, “está relacionado com a prevenção dos incêndios, com o funcionamento desta estrutura e dos meios associados”. Na ação de formação, que contou com a presença de cerca de três dezenas de associados e técnicos operadores, estiveram presentes, entre outros, e também usaram da palavra, Agostinho Tomaz ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, de Carlos Silva, da AGIF – Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais e dos Bombeiros Voluntários de Ponte de Sor.

José Luís Alves Bento: “Número de ocorrências depende da ação humana”

O verão que se aproxima será, de acordo com a previsão dos meteorologistas, um ano de calor intenso. José Luís Alves Bento reconhece que as altas temperaturas são um fator de risco para a deflagração de incêndios, e admite que a ação humana é, na maior parte das vezes, a causa da ignição. “Recordo que tivemos uma primavera prolongada, com muita chuva e, de forma consequente, com muito pasto nos campos o que conduz a que, caso ocorra uma ignição, propicia incêndios muito rápidos logo nos primeiros minutos. Por outro lado, os meteorologistas preveem várias ondas de calor para este verão. Como sabemos, as temperaturas muito elevadas que duram durante vários dias, quando conjugadas com a baixa humidade relativa do ar, criam condições propícias à deflagração de incêndios. Mas o número de ocorrências depende sempre da ação humana. Se não existir ignição, não há incêndio. As pessoas têm de ter educação, têm de estar sensibilizadas mas, e sobretudo, têm de estar vigilantes para estas situações. É claro que muitos incêndios acontecem por acidente ou por negligência, relacionados com máquinas ou com o trabalho agrícola. Muitos destes são evitáveis. Trata-se, no fundo, de um problema de educação. Do uso correto do fogo. Os acidentes, infelizmente, acontecem”, observa ao nosso jornal. Por fim, José Luís Alves Bento chama a atenção para outro fator determinante que tem causado alguns incêndios na nossa região. “Refiro-me aos caminhos de ferro, que, tal como as linhas elétricas, são fatores de risco acrescido”, conclui.

Por Jorge Traquete

O artigo foi publicado originalmente em Jornal Ecos do Sor.

Notícia enviada pela AFLOSOR.


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