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– 20-09-2014 |
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Iniciativa da Tetra Pak, Ikea e Kingfisher de avaliação do impacte da certificação florestal FSCA Acréscimo regista com agrado o anúncio pela Tetra Pak, Ikea e Kingfisher de uma iniciativa conjunta de avaliação da clarificação do papel do Forest Stewardship Council (FSC) na certificação florestal. Desde há um ano que a Acréscimo tem vindo a solicitar a visita técnica a locais de eliminação de resíduos industriais em solos de florestas certificadas pelo FSC e geridas por empresas do setor papeleiro. Tal ainda não foi autorizado. Apesar de presente em Portugal há mais de uma década, a evidencia da monitorização à eliminação de resíduos em florestas certificadas não tem feito parte da agenda nas auditoriais realizadas no âmbito do sistema FSC. Para além dos impactos ambientais associados a esta prática, a aplicação de resíduos em silvicultura pode aportar consequências nefastas para a saúde pública. Nas áreas florestais certificadas, apesar da emissão para os consumidores dos benefícios da aquisição de produtos de base florestal certificados, o facto é que o FSC não têm dado garantias quanto à monitorização dos potenciais impactos associados à aplicação de resíduos nas florestas que certificam, sobretudo nas florestas geridas ou detidas por grupos industriais, eles próprios produtores desses resíduos. O FSC manifesta grande fragilidade na sua atuação em Portugal. Esta atitude gera fortes dúvidas sobre o seu comprometimento quanto aos objetivos e às normas que o próprio sistema definiu. Importa ter presente que tais grupos industriais representam mais de 70% das florestas certificadas pelo sistema FSC em Portugal. Haverá aqui proteção aos seus clientes? Apesar da sua presença em Portugal há longos anos, só recentemente, após intervenção da Acréscimo, o FSC argumenta ter dado início ao acompanhamento da aplicação de resíduos em solos de florestas certificadas. Todavia, só este acompanhamento é manifestamente insuficiente. A obrigação, de acordo com o FSC Internacional, terá de passar por exigir a monitorização contínua destas aplicações nos locais onde tenham ocorrido, reforçamos nós, logo a partir do momento em que o FSC tenha procedido à certificação (2007) das entidades que permitem a aplicação de resíduos nos solos sob sua gestão. Para estar em consonância com os objetivos e as garantias que diz sustentar perante a Sociedade, o FSC tem de garantir a existência de instrumentos de evidenciação de monitorização contínua em áreas de floresta certificada sujeitas à aplicação de resíduos urbanos e industriais. As suas ações devem ter por suporte o conhecimento científico produzido por entidades independentes, que tenham por base os ecossistemas nacionais. Isso hoje não acontece. Com o anunciado aumento da capacidade industrial no setor papeleiro em Portugal, a pressão sobre o FSC está definitivamente assegurada. Lisboa, 19 de setembro de 2014
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