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– 20-07-2013 |
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Investiga��o in�dita do Departamento de Engenharia Mec�nica da Universidade de Aveiro
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Por fora, parece um normal capacete de motociclista. Mas por dentro, no revestimento, está um dos materiais mais simb�licos do país: a corti�a. A ideia de aproveitar a ‘pele’ do sobreiro para refor�ar a segurança da cabe�a de quem anda de moto pertence um grupo de investigadores da Universidade de Aveiro (UA). A equipa de Ricardo Sousa, professor do Departamento de Engenharia Mec�nica (DEM), verificou que, teste ap�s teste, em rela��o � esferovite usada em exclusivo por todos os fabricantes mundiais de capacete, a corti�a não s� tem maior capacidade para absorver um impacto como mant�m essa caracterástica intacta no caso do motociclista sofrer na cabe�a m�ltiplas pancadas. Os investigadores da UA querem levar o produto ao mercado desportivo de alta competi��o onde a segurança e o risco t�m de andar de m�os dadas.
"Os revestimentos interiores dos capacetes, que servem para absorver a energia em caso de impacto, são hoje feitos quase exclusivamente em esferovite", diz Ricardo Sousa. Este material, aponta o especialista do grupo de investiga��o GRIDS do DEM, "tem a vantagem de ser barato e leve" mas, por outro lado, "tem a grande desvantagem, quando sofre um primeiro impacto, de se deformar permanentemente perdendo capacidade de reabsor��o de energia". Assim, num eventual segundo impacto, o motociclista fica � merc� da sorte. J� o revestimento da UA, aponta Ricardo Sousa, "não s� absorve muito melhor o impacto do que a esferovite pura, como mant�m a capacidade de absorver impactos mesmo quando ocorrem v�rios seguidos". A prova disso, empiricamente falando, "v�-se numa rolha de champanhe que, apesar de poder estar anos e anos comprimida no gargalo de uma garrafa, recupera praticamente a forma inicial assim que a bebida � aberta".
Legisla��o ‘aperta’ esferovite
A ideia de usar corti�a como revestimento interno de capacetes surgiu com o apertar das normas que, um pouco por todo o mundo e cada vez mais, refor�am a segurança dos motociclistas. "Por causa das legisla��es, a camada interna de esferovite tem vindo a aumentar ao longo dos anos. O resultado disso são capacetes cada vez maiores o que, esteticamente, não � muito agrad�vel", diz Ricardo Sousa, Também ele motociclista. Assim, o problema de tamanho que não se coloca com o projecto da UA j� que a corti�a absorve mais energia de impacto que uma mesma quantidade de esferovite.
A introdu��o apenas de corti�a no material de revestimento, por si s�, não resultaria pois tornaria o capacete muito pesado o que, em caso de acidente, provocaria uma energia de impacto muito maior. "Esta � a principal desvantagem da corti�a, o peso", reconhece Ricardo Sousa. Por isso, os investigadores misturaram a matéria prima do sobreiro com esferovite nas quantidades certas até encontrarem um equil�brio entre capacidade de absor��o e peso.
"Neste momento, depois de v�rios testes com diferentes associa��es entre esferovite e corti�a, existe j� uma solu��o estudada e patenteada", aponta o investigador. "� um h�brido", descreve o respons�vel: "Trata-se de excertos de micro aglomerado de corti�a inseridos numa matriz de esferovite com as dist�ncias e tamanhos dos dois materiais devidamente estudados".
Alta competi��o na mira
A solu��o da UA para o revestimento dos capacetes pode torn�-los mais caros. Mas a equipa de Ricardo Sousa está a pensar o qu�o vantajosa a protec��o extra pode ser para capacetes de alta performance "em que o pre�o não � importante".
Motociclismo, F�rmula 1, competi��es automobil�sticas, ciclismo e hipismo são alguns dos desportos onde o capacete da UA pode vir a ser utilizado. A cabe�a dos militares pode igualmente beneficiar da investiga��o do DEM. "A partir do momento em que este material ficou afinado está disponível. para ser aplicado a qualquer tipo de protec��o, seja para a cabe�a, seja para outra parte de corpo", afirma Ricardo Sousa.
Na calha está j� uma empresa nacional fabricante de capacetes que se prepara para fazer os primeiros prot�tipos industriais com o novo revestimento.
Fonte: UA
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