Investigação utiliza aranhas como controlo de pestes em colheitas

Uma investigação liderada pela Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, sugere a utilização de um grupo de aranhas como controlo de pestes em colheitas.

Segundo explicado em comunicado, os investigadores utilizaram a espécie de aranha Cyrtophora citricola e testaram a sua capacidade de capturar e alimentarem-se da tuta absoluta, da mosca-da-fruta (Drosophila hydei) e da mosca soldado negro (Hermetia illucens), tendo em conta aranhas de diferentes tamanhos.

As aranhas maiores construíram teias maiores e geralmente capturaram mais pestes. Elas facilmente capturaram e alimentaram-se da tuta absoluta e das moscas da fruta. Já a mosca soldado negro foi raramente capturada.

A autora principal do estudo, Lena Grinsted, afirma que este tipo de aranha tem “o potencial de ser um agente de controlo biológico eficaz de pragas de insetos voadores, pelo menos depois de as aranhas crescerem e tornarem-se juvenis de médio porte”.

“Por terem evoluído a capacidade de viver em grupos, estas aranhas podem ser mais adequadas para o controle biológico do que aranhas solitárias mais agressivas e propensas ao canibalismo”, explica. Colónias da Cyrtophora citricola são encontradas em regiões como o Mediterrâneo europeu, África, Ásia e Médio Oriente.

Os pesquisadores investigaram ainda as variações sazonais nos tamanhos das teias no sul da Espanha e descobriram que o controle de pragas seria mais eficaz na temporada de plantio e cultivo de tomate em maio e junho.

No entanto, eles descobriram que uma espécie de vespa (Philolema palanichamyi) encontrada na região, cujas larvas comem ovos de aranha, poderia ser prejudicial para a colónia de aranhas.

“Se os ataques das vespas forem controlados, essas aranhas podem formar uma parte importante de um sistema integrado de controlo de pragas. Tal poderia conduzir a uma redução da dependência de pesticidas químicos.”

“Estudos futuros são agora necessários para investigar se podem afetar negativamente a polinização das culturas, capturando e alimentando-se também de abelhas e outros polinizadores importantes”, explica a investigadora.

O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.


por

Etiquetas: