Carla Sofia Santos, investigadora da Escola Superior de Biotecnologia da Católica no Porto, tem a melhor tese de doutoramento em temas agrícolas da Península Ibérica.
O trabalho foi distinguido pela Fertiberia (empresa espanhola líder no sector de fertilizantes na União Europeia) com o prémio Accésit 2018, galardão que premeia a melhor tese na área da agricultura e fertilização.
A investigadora portuguesa – que desenvolveu o doutoramento na área da Biotecnologia, com especialidade em Ciências Ambientais e Engenharia, e que foi orientada por Marta Vasconcelos (também ela investigadora da Católica no Porto) – recebeu, em Madrid, um prémio 6.000 euros.
Carla Sofia Santos explica que, na tese, «foram estudados os mecanismos moleculares, fisiológicos e bioquímicos associados à absorção e transporte de ferro em plantas com carência de ferro, por forma a identificar e desenvolver marcadores com potencial a serem utilizados em estratégias de biofortificação de plantas para aumentar o seu conteúdo de ferro».
A investigadora acrescenta ainda que se estudou «uma classe de quelatos de ferro nunca testada em contexto agronómico, tendo-se verificado que estes novos compostos eram mais eficazes e menos tóxicos para o ambiente quando comparados com a alternativa comercial».
«Os compostos demonstraram possuir, igualmente, um grande potencial na correção da clorose férrica», conclui.
Refira-se que a carência de ferro é muito frequente a nível agronómico e é, por isso, induzida principalmente em solos alcalinos e com elevado teor de calcário activo, propícios à insolubilização do ferro disponível.
Neste sentido, o ferro assume-se como um elemento indispensável na formação da clorofila das plantas, sendo que a sua carência prejudica seriamente o desenvolvimento da planta e, por conseguinte, a produção final, quer em termos qualitativos quer quantitativos.
A investigadora portuguesa recebeu o prémio no Ministério da Agricultura e Pesca, Alimentação e Ambiente, no âmbito da XX edição dos Prémios Fertiberia. Foi recebida pelo secretário-geral da Agricultura, Fernando Miranda, e pelo presidente do Grupo Fertiberia, Javier Goñi del Cacho.