Investigadores do Neiker – Basque Institute for Agricultural Research and Development, em Espanha, estudaram o uso de bagaço de colza, bagaço de malte, juntamente com estrume de bovino fresco como dois tratamentos orgânicos de biodesinfestação, avança o portal Agropages.
A autora principal do estudo publicado na Frontiers in Sustainable Food Systems, Maite Gandariasbeitia, explica que “o bagaço de colza e o bagaço de malte são dois potenciais tratamentos orgânicos que mostraram resultados muito positivos em estudos anteriores”.
“O seu alto teor de azoto promove a atividade de microrganismos benéficos no solo, o que ajuda a decompor matéria orgânica como o estrume e a eliminar nemátodes e outros parasitas que danificam as culturas”, acrescenta.
Para desinfestar o solo e reduzir estas populações de nemátodos, o bagaço de malte e o bagaço de colza foram incorporados no solo com estrume de bovino fresco como um potencial tratamento orgânico. Após o primeiro pós-tratamento, os investigadores encontraram uma redução significativa de galhas nas raízes das plantas.
As parcelas também demonstraram um aumento dos rendimentos em cerca de 15% em comparação com as parcelas de controlo após um ano. Adicionalmente, o tratamento da matéria orgânica impulsionou as populações de microrganismos benéficos nos solos, como demonstra uma taxa de respiração do solo significativamente mais elevada.
A investigadora Maite Gandariasbeitia sublinha que são necessárias mais pesquisas para explorar outros potenciais tratamentos orgânicos que possam ser usados de forma semelhante: “Ainda há muitas perguntas a responder para que possamos compreender melhor o que acontece no solo durante e após estes tratamentos de biodesinfestação”, esclarece.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.