Investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto, lideram um projeto europeu que visa desenvolver robôs autónomos para pulverizar vinhas de montanha “sem desperdício de químicos”, foi hoje anunciado.
Em comunicado, o instituto do Porto explica que o projeto, intitulado ‘SCORPION’, vai desenvolver robôs autónomos para pulverizar vinhas “com vantagens ambientais e económicas”.
O projeto, liderado pelo INESC TEC, é financiado em 2,5 milhões de euros pelo programa de investigação e inovação Horizonte 2020 da Comissão Europeia.
Citado no documento, Filipe Neves dos Santos, coordenador do projeto, afirma que as atuais soluções de pulverização de vinhas baseiam-se “em pulverizadores acoplados a tratores, controlados maioritariamente pelo tratorista”, solução que considera ter “algumas limitações”, em particular, ao nível da precisão.
“Neste projeto juntamos esforços para desenvolver um robô autónomo, que circula sozinho mesmo em vinhas com acentuados declives, e calcula a quantidade de fitofármacos a aplicar, através de sensores que medem a densidade da plantação”, refere, acrescentando que o robô usa também a radiação ultravioleta para “reduzir o uso de químicos nos tratamentos”.
Nesse sentido, os investigadores vão equipar os pulverizadores existentes com atuadores elétricos, leds UVs e um “sistema de perceção visual avançado” (sensores).
Já a tecnologia robótica vai ser “flexível e adaptável” e incluir soluções avançadas de navegação, localização e segurança, permitindo ao robô “atuar autonomamente, fazendo face à inclinação dos terrenos” e obstáculos próprios de montanha.
Segundo o INESC TEC, estas tecnologias vão permitir reduzir o uso de fitofármacos e aumentar “os níveis de mecanização e automação em vinhas de montanha e culturas arbóreas”, acarretando benefícios ambientais (menos poluição química) e económicos.
Os protótipos dos robôs autónomos vão ser testados, em 2023, na região do Douro, onde existe “a maior área de vinha de montanha do mundo”.
Espanha e Itália também vão acolher testes-piloto destas soluções.
Além do INESC TEC, o projeto conta com a colaboração do Instituto Pedro Nunes, Sociedade Portuguesa de Inovação Consultadoria Empresarial e Fomento da Inovação, além de instituições de Espanha, Itália e Países Baixos.