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Investigadores modificam amido de batata através da tecnologia CRISPR

Um grupo de investigadores da Texas A&M AgriLife, nos Estados Unidos da América, está a explorar como alterar o rácio de duas moléculas de amido na batata – a amilose e a amilopectina -, com o intuito de aumentar as suas aplicações culinárias e industriais.

Em comunicado, o instituto exemplifica que a batata cerosa, rica em teor de amilopectina, tem aplicações na produção de bioplásticos, aditivos alimentares, adesivos e álcool.

Em dois estudos publicados nas revistas científicas International Journal of Molecular Sciences e Plant Cell, Tissue and Organ Culture, os investigadores revelam como o CRISPR pode ser utilizado.

“A informação e conhecimento que adquirimos com estes dois estudos ajudar-nos-ão a introduzir outros traços desejáveis nesta cultura muito importante”, disse o investigador Keerti Rathore.

Por sua vez, a investigadora Stephany Toinga nota que o desenvolvimento de variantes de batata com amido modificado pode abrir novas oportunidades. Com o CRISPR/Cas9, no primeiro estudo, uma linha de batata contendo quatro cópias de gFP, um gene de alforreca que permite uma visualização da atividade do gene baseada na fluorescência, foi direcionada para mutação. Este projeto forneceu um traço fácil de ver que permitiu aos investigadores otimizar a metodologia.

“A perda da fluorescência verde característica e a sequenciação do gene gfp após o método CRISPR indicaram que é possível interromper todas as quatro cópias do gene gfp, confirmando assim que deve ser possível mutar os quatro alelos de um gene nativo na batata tetraploide”, disse Keerti Rathore.

Entre as várias variedades de batata avaliadas no primeiro estudo, a estirpe Yukon Gold regenerou melhor, e assim foi usada para o segundo estudo. Nessa investigação, foi eliminada a amilose através da alteração do gene nativo gbss, o que permitiu uma batata com amido rico em amilopectina e baixa em amilose.

“Uma das variantes, a T2-7, mostrou características normais de crescimento e rendimento, mas estava completamente desprovido de amilose”, disse Stephany Toinga. Esta nova variante poderia ser utilizada industrialmente no setor do papel e têxtil para, por exemplo, adesivos.

O próximo objetivo dos investigadores é autopolinizar a estirpe T2-7 e cruzar com o dador da variante Yukon Gold e outros clones de batata para eliminar os elementos transgénicos.

O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.


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