
Na sua base de trabalho, em Alcobaça, foi criada a então chamada “máquina dos castanheiros” que, um ano depois, começou a beneficiar vários produtores transmontanos, com o tratamento dos castanheiros. Pelo menos até 1960, as brigadas de combate ao mal da “tinta” percorreram a maioria dos concelhos de Trás-os-Montes, fornecendo castanheiros bem enraizados e nas melhores condições de sanidade. A partir de hibridações sistemáticas entre castanheiros portugueses, japoneses e chineses, conseguiram obter-se, em Alcobaça, castanheiros resistentes à doença da tinta para serem multiplicados e ensaiados.
Em 1950, já como chefe da delegação portuguesa na subcomissão da FAO dedicada à floresta mediterrânica, apresentou o “Plano para o Fomento e Defesa da Subericultura Mediterrânica”, um documento que foi adotado como plano de trabalho e levou à eleição de Vieira Natividade como presidente do então criado “Grupo de Trabalho Permanente sobre a Cortiça”. Em 1958 foi também eleito vice-presidente da “Silva Mediterrânea”, pela FAO.
Em 1953 foi incumbido, pela DGFSA, de estudar a organização das Estações Federais de Ensaios Agrícolas na Suíça e, seis anos depois, nomeado responsável pelo “Empreendimento Fruticultura” do II Plano de Fomento (um dos Planos Governamentais que começaram a ser implementados no Estado Novo, em 1953, para promover o desenvolvimento económico e a indústria). Foi com este “Empreendimento” que começaram a definir-se as aptidões dos terrenos, procedendo-se depois à instalação de pomares nas zonas mais adequadas. Finalmente, transmitiam-se aos profissionais locais todos os conhecimentos relacionados com a manutenção das explorações.
Em 1962, o então Ministro da Economia, Ferreira Dias, visitou Alcobaça e os trabalhos que observou levaram-no a criar o Centro Nacional de Estudos e de Fomento da Fruticultura. Vieira Natividade foi nomeado seu diretor. Dificuldades várias fizeram com que este Centro só ficasse concluído e operacional em janeiro de 1968. Natividade confessou, nessa altura, com emoção: “Agora sim, agora tenho finalmente condições para trabalhar”. Meses depois, a 19 de novembro de 1968, morria em Alcobaça.
O artigo foi publicado originalmente em Florestas.pt.