ma intervenção do presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, durante um tenso encontro com o homólogo norte-americano, Donald Trump, na Sala Oval, na quarta-feira, tornou-se viral.
Ramaphosa disse que não tinha um avião para oferecer Trump, numa referência ao facto de os Estados Unidos terem aceitado um avião como presente do governo do Qatar.
A resposta surgiu depois de Trump montar uma emboscada ao seu homólogo sul-africano na Sala Oval, ao mostrar-lhe vídeos com o fim de apoiar as acusações norte-americanas de os agricultores brancos sul-africanos serem vítimas de um “genocídio” – o que Ramaphosa e outros sul-africanos têm negado reiteradamente.
Nesta sequência, Peter Alexander, da NBC, mudou de tema e perguntou a Trump sobre o facto de o Pentágono ter aceitado o avião de luxo.
“Sr. presidente, o Pentágono anunciou que iria aceitar um avião do Qatar para ser usado como Air Force One…” disse Alexander, antes de Trump o interromper e de o chamar de “idiota”.
“És um verdadeiro idiota, sabes, és um péssimo repórter. Número um, não tem o que é preciso para ser repórter, não é suficientemente inteligente”, disse Trump, acusando-o de desviar as atenções das suas alegações.
“Por que é que um país deu um avião à Força Aérea dos Estados Unidos?… Para nos ajudarem, porque precisamos de um Air Force One”, disse Trump. “É disso que aquele idiota [jornalista] fala, depois de ver uma coisa [vídeo] em que milhares de pessoas morreram”, continuou.
Neste momento, Ramaphosa interrompeu-o e atirou: “Lamento, não tenho um avião para vos dar”, disse Ramaphosa.
“Gostava que tivesse. Eu aceitava-o”, respondeu Trump. “Se o seu país oferecesse um avião à Força Aérea dos Estados Unidos, eu aceitaria”, acrescentou.
“I’m sorry I don’t have a plane to give you.”
South African President Cyril Ramaphosa
Holy fucking mic drop Batman.
Bravo President Ramaphosa!
— 🇨🇦CoffeyTimeNews🇨🇦 (@CoffeyTimeNews) May 21, 2025
Mais tarde, ao ser questionado sobre a ‘emboscada’, Ramaphosa procurou minimizar o incidente, afirmando que os dois “não se demoraram” neste assunto.
Acrescentou que Trump tinha aceitado reunir-se outra vez com ele e que representantes dos dois Estados iriam discutir assuntos comerciais.
As relações bilaterais, note-se, estão muito tensas desde o regresso de Trump à Casa Branca.
As alegações de Trump apoiam as palavras de Elon Musk, que nasceu na África do Sul, e já acusou os líderes do país de “encorajarem abertamente o genocídio de pessoas brancas na África do Sul”.
A África do Sul têm rejeitado veementemente as acusações norte-americanas de genocídio contra brancos sul-africanos.
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