Qual é o potencial realista para os setores da agricultura, silvicultura e outros setores de uso da terra para melhorar a absorção de CO2 da atmosfera? Essa pergunta será respondida pelo projeto de pesquisa LANDMARC, que teve início oficialmente no dia 1º de julho. Financiados pela Comissão Europeia, os dezenove parceiros do consórcio LANDMARC passarão os próximos quatro anos (2020-2024) a trabalhar para:
- Estimar o impacto climático das soluções de emissão negativa baseadas, por exemplo, na agricultura, silvicultura e outros setores de uso da terra;
- Avaliar o potencial de como escalar estas soluções a nivel regional e global;
- Mapear os potenciais co-benefícios e trocas em termos ambientais, económicos e sociais;
Espera-se que as soluções de emissão negativa baseadas no uso da terra desempenhem um papel fundamental em futuras ações climáticas e cenários políticos. Até ao momento, a maioria das ações climáticas tem-se concentrado em eliminar combustíveis fósseis e reduzir as emissões de gases de efeito de estufa na indústria, eletricidade e transporte. Embora as trajetórias de emissão zero nesses setores continuem sendo uma prioridade para as próximas décadas, espera-se que algumas emissões residuais de GEE permaneçam. Para poder cumprir o Acordo de Paris e cumprir as metas climáticas mundiais, a pesquisa, a política e os mercados estão cada vez mais atentos às soluções de emissão negativa baseadas no uso da terra.
O projeto LANDMARC melhorará a compreensão na área, fornecendo melhores estimativas do potencial realista de soluções de emissão negativa baseadas no uso da terra nos setores agrícola, florestal, etc.. As atividades de pesquisa a desenvolver centrar-se-ão:
- Em tecnologias de observação da Terra, por forma a ser capaz de (melhor) monitorizar e estimar a eficácia das soluções de emissão negativa baseadas no uso da terra;
- Num conjunto de modelos de crise climática, uso da terra e simulação económica, para melhor estimar o verdadeiro potencial (de escala) de soluções de emissão negativa baseadas no uso da terra, numa perspectiva de sistemas terrestres e sistemas humanos;
- Numa abordagem centrada também nas ciências sociais por forma a avaliar a ligação efectiva e impacto deste tipo de soluções para as partes interessadas locais e regionais – em 14 países e 5 continentes – que já estão a trabalhar na implementação de soluções negativas de emissão.
Colaborações da LANDMARC com a ciência e a sociedade
O projeto LANDMARC procura ativamente colaboração com outros projetos de investigação que operem nos países e regiões onde irá decorrer o estudo (ver mapa). As colaborações podem incluir:
- Trocar / partilhar dados e informações de observações da Terra (por exemplo, satélite, medições in-situ);
- Alterações climáticas e desenvolvimento e modelação de cenários de uso da terra;
- Avaliação da resiliência climática e sensibilidade climática de soluções negativas de emissão;
- Avaliação de co-benefícios genéricos e específicos bem como de compensações às soluções de mitigação baseadas no uso da terra (ambiental, social, económica);
- Trabalhar com atores sociais locais e regionais, como ONGs, governos locais, cooperativas florestais/agrícolas (ou outros que revelem interesse nos objectivos do projecto LANDMARC)
Encorajamos os investigadores e restantes “stakeholders” a entrar em contato connosco para dessa forma estabelecermos possíveis colaborações com a equipa e o projecto LANDMARC.
LANDMARC & AGROINSIDER
O projeto LANDMARC & AGROINSIDER concordou em colaborar no desenvolvimento de ferramentas de Inteligência geográfica baseadas em informação intensiva recolhida por Detecção Remota:
1) Agromap-Carbon visando como saídas a estimativa das existencias de carbono (à superficie e no solo) tendo em consideração os sistemas agro-florestais do uso da terra;
2) Agomap-Biodiversity visando como saídas indicadores de arquitectura da paisagem e de biodiversidade sugerindo ainda a(s) arquitectura(s) da paisagem que melhor beneficie(m) as emissões negativas de carbono,
3) Métodos e ferramentas adicionais sobre como avaliar o risco/sensibilidade climático, bem como, as estratégias de mitigação e adaptação.