Cinco anos após a deteção do primeiro foco de Dryocosmus kuryphilus Yasumatsu (vespa-das-galhas-do-castanheiro) em Portugal, e três anos após a realização das primeiras largadas de Torymus sinensis (TS), em 2017, o processo de acompanhamento desta praga está estabilizado. Para este resultado, muito contribuiu a ação da Comissão de Acompanhamento, Prevenção e Combate à Vespa-das-galhas-do-castanheiro, ao promover a articulação entre todas as entidades envolvidas no processo.
Em 2019, verificado o bom resultado das ações iniciadas em 2017, em que se constatou que a taxa de infestação nos soutos da Região alvo do programa de combate à vespa-das-galhas-do-castanheiro recuou significativamente, tendo decrescido para cerca de 15%, optou-se por proceder ao lançamento de 30 largadas de Torymus sinensis (TS), num total de 5.700 parasitoides, dos quais 3.600 fêmeas e 2.100 machos.
Durante o ano de 2019, foram recolhidas amostras de galhas e depositadas em caixas, sendo feito o acompanhamento da emergência do TS pelo Laboratório de Qualidade Agrícola da Madeira (LQA), num total de 138, conforme tabela abaixo:
De acordo com os locais onde foi detetado Torymus sinensis, foi feita uma grelha de amostragem dos locais a monitorizar (tabela 2):
No final de março (25 a 29), a RefCast, na pessoa do Eng.º Cândido Henriques, em conjunto com os Técnicos da Direção de Serviços de Desenvolvimento da Agricultura e Laboratório Agrícola da Camacha, realizou trabalhos de monitorização do TS na Ilha. Foram visitados nove locais onde tinham sido realizadas largadas nos anos anteriores:
Durante os primeiros meses do ano, aquando da monitorização realizada de acordo com a fenologia dos castanheiros e em que o grau de infestação era superior a 70%, verificou-se que muitos desses castanheiros apenas tinham 5% de galhas formadas (figura 2).
Nos locais monitorizados, foram registados diversos parâmetros, um dos quais incidiu sobre o tipo de povoamento. Dos locais visitados, 50% eram povoamentos florestais e 75% tinham idade entre os 20 e os 100 anos (figura 3).
De referir que em nenhum dos locais visitados se verificou a presença de carvalhos nas imediações ou que o solo estivesse mobilizado.
O material recolhido, por ponto de amostragem, foi colocado em tubos com álcool a 90%. Neste caso, todo o material recolhido encontrava-se no estado adulto (figura 4) e foi enviado para o Laboratório de Qualidade Agrícola da Madeira para identificação.
O material recolhido foi identificado pelo LQA como sendo Dryocosmus kuriphilus não eclodido.
De referir que os resultados são bastante favoráveis e otimistas, uma vez que o parasitóide Torymus sinensis já se encontra a fazer o seu trabalho nos soutos e castanheiros da RAM!
Teresa Vieira da Luz
Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural
O artigo foi publicado originalmente em DICAs.