Consagrado em Assembleia da República em 2022, o Dia Nacional das Conservas de Peixe celebra-se a 15 de novembro para homenagear uma indústria de grande tradição em Portugal, que continua a inovar e a representar o país em todo o mundo.
Este ano, a Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP) fez do Terreiro do Paço palco para a instalação de uma lata «gigante» que irá viver no coração de Lisboa até ao início do mês de dezembro.
Instalada num local de grande afluência por locais e turistas, a peça artística é desenhada em formato de sofá, convidando à interação e à partilha. A ideia é promover as conservas portuguesas, como um elemento identitário da nossa cultura, mas também parte integrante de uma alimentação saudável e equilibrada.
Os peixes mais consumidos em conserva, como a sardinha, a cavala e o atum, são ricos em ómega-3, um nutriente que estudos recentes provam ter um importante impacto não só para a saúde física como também saúde mental, ajudando a combater a ansiedade e depressão. Se para os mais novos, o consumo deste nutriente pode ser benéfico na prevenção de autismo ou Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), melhorando a concentração e sintomas de impulsividade, em idades mais avançadas, uma dieta rica em ómega-3 tem mostrado benefícios no combate ao declínio cognitivo e às doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
Atualmente, as conserveiras nacionais reúnem mais de 30 espécies e 800 referências, que vão desde as mais tradicionais, como o atum ou a sardinha, às mais inusitadas e contemporâneas, o caso da truta com caril, da sardinha em molho teriyaki ou da cavala em molho curry. Existem já inúmeras receitas online que recorrem às conservas de peixe para combinar sabores e criar pratos saudáveis, coloridos e nutritivos.
Mesmo com a aposta do setor na variedade de espécies, sabores e combinações, a preocupação com a sustentabilidade e com a biodiversidade marítima é transversal a todos os fabricantes, que garantem seguir e utilizar práticas de pesca e de produção responsáveis.
Com uma história que acompanha Portugal desde o século XIX, consistentemente contribuindo para a economia do país com balanços comerciais positivos, a indústria conserveira celebra este ano, pela segunda-vez, o Dia Nacional das Conservas de Peixe (15 de novembro).
O evento foi marcado também pela atribuição da Conserva de Ouro, uma distinção anual da ANICP que honra uma figura ou entidade nacional pela forma como representa Portugal enquanto nação. Desta vez, Iuri Leitão, o ciclista e campeão olímpico que orgulhou o país com a conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, em Paris, recebeu uma lata de conservas feita em ouro, trabalhada com a técnica filigrana e com o símbolo da competição mundial estampado na peça.
O artigo foi publicado originalmente em Gazeta Rural.