Legislação | Inglaterra aprova edição genética

Depois de uma consulta pública, a Câmara dos Lordes em Inglaterra aprovou a edição genética no dia 14 de março. A nova lei vai facilitar as investigações de campo com plantas produzidas por Novas Técnicas Genómicas (NGT) e alinha a legislação de Inglaterra com a dos EUA, Argentina, Austrália, Canadá, Japão e Brasil, onde as plantas geneticamente editadas não estão regulamentadas como OGM.

O dia 14 de março de 2022 vai ficar para a história da agricultura e do melhoramento de plantas em Inglaterra. Depois de, no ano passado, as Câmaras do Parlamento realizarem uma consulta sobre a regulamentação de tecnologias genéticas e terem solicitado o aconselhamento de especialistas científicos independentes, Inglaterra autoriza a utilização das Novas Técnicas Genómicas (NTG). A consulta (com 6.500 respostas) concluiu que os organismos geneticamente editados não representam nenhum risco maior do que os organismos produzidos através de métodos tradicionais de reprodução.

Um exemplo: os vírus amarelos são um grupo de vírus disseminados por pulgões que afetam as principais culturas, como a beterraba. Esses vírus podem causar perdas de rendimento de até 50%, sendo atualmente controlados com pesticidas. Nos últimos quatro anos, um estudo financiado pela UK Research and Innovation identificou várias fontes promissoras de resistência genética contra vírus amarelos. Usar a edição de genes para dar resistência aos vírus amarelos reduziria a necessidade de pesticidas e ajudaria a proteger as plantações contra o vírus, ajudando a proteger o meio ambiente, aumentar a produção de alimentos e reduzir os custos para os agricultores.

A edição de genes permite, de uma maneira precisa, introduzir alterações genéticas e melhorar a resistência a doenças e características agronómicas, tornando o desenvolvimento e a reprodução das culturas mais eficientes. Juntamente com a genética molecular e quantitativa, a edição de genes pode ajudar os melhoradores de plantas a adaptar novas variedades de plantas aos impactos das alterações climáticas, diminuir o uso de pesticidas e reduzir as emissões de gases.

O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.


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