Lembra-se da gripe aviária? Há um novo foco a 100 km de Portugal e já se sabe qual é o grau de risco para a saúde humana

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Depois de mais de dois anos sem surtos em explorações comerciais, Espanha voltou a registar um caso de gripe das aves em território nacional. O episódio ocorreu numa exploração de criação de perus em Ahillones, na província de Badajoz (a cerca de 100 quilómetros de Portugal), e interrompeu um período de 28 meses durante os quais o setor avícola conseguiu manter-se livre da doença, apesar da presença do vírus em aves selvagens no país.

De acordo com o jornal El País, a confirmação do foco foi feita a 18 de julho, após análises laboratoriais em amostras recolhidas na fazenda. A exploração, com cerca de 7.000 aves de 60 dias, começou a levantar suspeitas alguns dias antes, quando os responsáveis notificaram os serviços veterinários de um aumento anormal da mortalidade e sintomas compatíveis com a gripe aviária.

Contenção imediata e medidas preventivas

Os profissionais deslocaram-se à propriedade e enviaram as amostras para o laboratório central de veterinária de Algete, que confirmou a presença do subtipo H5N1. Segundo a mesma fonte, as autoridades aplicaram de imediato medidas de contenção, incluindo a imobilização da exploração e de todas as localizadas num raio de 10 quilómetros.

Além do abate das aves infetadas, serão também sacrificados preventivamente cerca de 5.000 perus de uma fazenda vizinha, a apenas 100 metros, mesmo que não apresentem sintomas clínicos da doença. Acrescenta a publicação que cadáveres, rações e materiais suscetíveis de contaminação serão igualmente destruídos.

Impacto a nível sanitário e no comércio

Com este episódio, Espanha perde temporariamente o estatuto de país livre de gripe aviária, o que poderá ter consequências comerciais.

Refere a mesma fonte que, em situações anteriores, países terceiros, como a África do Sul, optaram por fechar totalmente as fronteiras a produtos avícolas espanhóis, enquanto mercados do Norte de África e do Médio Oriente restringiram apenas a importação a partir das zonas afetadas.

No terreno foram criadas duas áreas de vigilância: uma zona de proteção de três quilómetros e uma zona de observação até 10 quilómetros, abrangendo outras explorações de galinhas e aves de recreio, todas imobilizadas e sob reforço de inspeções.

Risco para a saúde humana continua baixo

O El País sublinha que a gripe aviária não se transmite ao ser humano através da carne cozinhada, ovos ou produtos processados, embora se recomende evitar o contacto direto com aves doentes ou mortas. O Ministério da Saúde espanhol classifica o risco como “muito baixo” para a população em geral e “baixo” para profissionais expostos.

Dados internacionais revelam que, desde 2003, o subtipo H5N1 provocou 985 infeções humanas e 473 mortes em 25 países. Entre 2024 e maio de 2025, registaram-se 94 casos e nove óbitos, nenhum na União Europeia.

Um vírus em constante movimento

As investigações apontam para uma possível introdução do vírus por contacto indireto com aves selvagens, já que, na mesma semana, duas ocorrências em gansos foram confirmadas em Casar de Cáceres e Corte de Peleas. Conforme a mesma fonte, os corpos foram encontrados em lagoas urbanas e testados pelas autoridades regionais, com resultado positivo para H5N1.

Este episódio soma-se aos cinco focos em aves selvagens registados em Espanha em 2025 e evidencia, segundo o Ministério da Agricultura, a necessidade de reforçar as medidas de biosegurança nas explorações.

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