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“Let’s Talk About Pork From Europe”: Suinicultura abre portas à igualdade de género

A Suinicultura atual é mais do que a simples criação de suínos, é o terreno onde as mulheres conquistaram um papel cada vez mais preponderante, destacando-se não só pelas suas capacidades técnicas como também por uma sensibilidade capaz de alcançar melhores desempenhos.

 Num mundo marcadamente masculino, com os homens a executarem tradicionalmente a maioria do trabalho na indústria suinícola, a mulher foi ganhando um lugar de maior relevância, sendo hoje atribuídos os principais cargos de chefia ao sexo feminino, fruto da sua formação superior mas também das suas características de género.

Se há 40 ou 50 anos atrás os casais eram muitas vezes recrutados em conjunto para viver nas quintas e cuidar dos animais, com o homem a ser reembolsado pelo trabalho e a mulher a trabalhar como sua mera assistente, a evolução tecnológica levou a uma automatização das explorações que relegou a mulher para fora da produção suinícola, com a contratação quase exclusiva de homens.

Só mais tarde, quando a produção de suínos se tornou num negócio cada vez mais competitivo, com a produtividade (número de leitões desmamados por ano) a ter cada vez mais importância na sobrevivência das empresas, é que as mulheres assumiram um papel de maior relevo na suinicultura, sobretudo com a constatação de que a liderança feminina nas maternidades alcançava melhores desempenhos.

Também na Medicina Veterinária ou na Engenharia Zootécnica, áreas tipicamente masculinas, se verificou um aumento do volume de licenciadas, ganhando cada vez mais expressão no mercado de trabalho e na vida das explorações. Esta ascensão levou a uma mudança notável nos quadros especializados das explorações suinícolas, impulsionada sobretudo pelo alto grau de automação que requer pessoal especializado. Com o aumento de mulheres licenciadas em Engenharia Zootécnica e produção animal, a sua inserção nas explorações suinícolas foi crescendo, alcançando resultados de excelência, distinguindo-se inclusive da média masculina.

Esta diferença é notória sobretudo porque apesar dos elevados níveis de automação, continua a ser fundamental a intervenção humana no que diz respeito ao trato direto com os animais, setor onde o sexo feminino tem comprovando ter mais sensibilidade e com isso a obtenção de melhores resultados.

Estas mudanças levam a que, ao contrário do que se verificava há 40 anos, atualmente o homem é relegado para trabalhos pesados e secundários nas explorações suinícolas, como as lavagens e desinfeção de espaços, dando lugar à mulher nos cargos técnicos e de direção, surgindo assim um novo mundo de oportunidades para a igualdade de género.


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