Considerando SER SUSTENTÁVEL É GANHAR O FUTURO, a Associação Portuguesa de Recursos Hídricos sinalizou o início do ano hidrológico 2021/2022 e comemorou o dia nacional da água de 2021, com um evento sobre eficiência do uso da água e da energia no setor da agricultura. Assim, com curiosidade e entusiasmo, a APRH organizou workshop final do projeto AGIR – Avaliação da Eficiência do uso da água e da energia em Aproveitamentos Hidroagrícolas – onde acolheu os oradores e os convidados da mesa redonda e envolveu cerca de uma centena de interessados.
A eficiência hídrica e energética no regadio são assuntos impactantes para o desenvolvimento sustentável do território rural e do país, que obriga a uma utilização equilibrada da água e da energia, de modo a salvaguardar a proteção dos ecossistemas e a viabilidade económica do regadio.
Foi apresentado o trabalho desenvolvido, desde 2017, em três aproveitamentos analisados (ABORO, ARBVS, ABOVIGIA). O evento inclui dois questionários online, visando conhecer os participantes no workshop e auscultar as sensibilidades dos participantes quanto à utilidade de um sistema de avaliação, e uma mesa redonda, que foi moderada pelo Presidente da Comissão Especializada Água, Agricultura e Florestas (CEAAF) da APRH e onde participaram o LNEC, FENAREG, COTR, AGPDR2020 e ERSAR. Apresentaram-se e debateram-se vários aspetos técnicos e estratégicos relacionados com a definição do balanço hídrico e energético, dos indicadores de desempenho e do sistema de avaliação da eficiência do uso da água e da energia, sua implementação, capacitação tecnológica dos aproveitamentos e das Entidades Gestoras, financiamento das medidas e melhoria futura do sistema nos aproveitamentos hidroagrícolas.
Atendendo à experiência nos sistemas de abastecimento público (4ª geração), a ERSAR partilhou os aspetos a considerar nos desenvolvimentos futuros. Entre os vários conselhos destacam-se, por exemplo, a necessidade de assegurar que os indicadores tenham uma definição rigorosa, cujo cálculo não esteja associado a um esforço adicional para as Entidades Gestoras e sejam de simples interpretação (aspetos observados no sistema desenvolvido no AGIR), sendo muito importante que haja a possibilidade de serem auditáveis. Por outro lado, o sucesso da implementação do sistema recomenda que a sua definição passe pelo envolvimento do setor (consulta pública), pela divulgação do sistema de avaliação com antecedência e pela realização de ações de formação para esclarecimento de dúvidas. Foi, igualmente, enfatizado a importância de definir um ciclo de avaliação, com fases, prazos e identificação de responsabilidades de cada um e a obrigatoriedade de “reporte” da informação à Autoridade Competente do setor.
É possível concluir que levar à prática a poupança de água e a melhoria da eficiência nos aproveitamentos hidroagrícolas é um processo complexo, não bastando por si só as orientações legais (presidente da CEAAF).
De realçar que o projeto AGIR para além de propor um sistema de avaliação, associado ao uso da água e energia, permitiu a elaboração de duas teses de mestrado e dez artigos técnico-científicos, contribuindo assim para a produção e divulgação de conhecimento.
O encerramento do Workshop ficou a cargo da DGADR, tendo a Autoridade Nacional do Regadio congratulado pelo sucesso da iniciativa, pelos resultados obtidos no projeto e pela articulação efetuada entre vários níveis de saber (investigação, academia e aplicação prática), tendo manifestado a disponibilidade para incentivar, colaborar ou participar em iniciativas semelhantes, que contribuirão decisivamente para ganhar o futuro. /p>
Ficou claro que estamos no momento de AGIR, face às ameaças hidrológicas e ao conhecimento existente, para encontrar soluções visado reduzir o desperdício da água e da energia e reduzir os encargos económicos e os impactos ambientais.