O “agricultor lesado pelo Estado” está novamente em greve de fome junto à residência oficial de António Costa, até que o gabinete do primeiro-ministro o receba. Em causa está uma indemnização pelo atraso na atribuição de apoios financeiros pelo Estado.
São já 24 os dias que Luís Dias soma em greve de fome frente à residência oficial do primeiro-ministro. Subsistindo apenas a água e café, vai protegendo-se da chuva e do calor no carro, mas é numa tenda montada junto ao Palacete de São Bento que está a viver. Dali, só sai para ir à piscina pública onde toma banho todos os dias, o que implica subir e descer as ruas íngremes da Estrela, uma tarefa custosa para alguém que já caminha com vagar e curvado por causa das dores. Na quinta-feira, acabou por ser hospitalizado, mas retomou o protesto este sábado e não faz tenção de largar a disputa que mantém com o Estado há já quase uma década.
“Parece que estão dispostos a levar isto até ao fim. Mas eu também não vou desistir”, garante Luís Dias, também conhecido como o “agricultor lesado pelo Estado”, que depois de um protesto semelhante em Janeiro, está a acusar novamente o Governo e, em particular, o secretário de Estado da Agricultura, Rui Martinho, de “vingança”, “desinformação”, “falsificação” e “má-fé”.
A luta que trava com o Estado por causa da Quinta das Amoras, uma exploração que adquiriu juntamente com a ex-mulher, Maria José Santos, em Idanha-a-Nova, começou em 2013, depois de se ter mudado para Portugal vindo de Inglaterra, onde trabalhava como investigador na área informática.
Mas foi em 2017 que a situação se complicou. A “tempestade Ana” destruiu uma parte da quinta, num prejuízo de 125 mil euros, que veio a aumentar para 240 mil euros, quando “ventos fortes” assolaram a propriedade em 2018. Os agricultores candidataram-se ao Programa de Desenvolvimento […]