Se há argumento que parece sustentar a existência de um Estado é a sua actuação como regulador e, para os mais idealistas, até repositor de justiça social.
Se seguirmos a linha de raciocínio que concebe o Estado como o dito repositor de justiça social, é um contra-senso que o mesmo surja na vida dos indivíduos como elemento castrador da sua liberdade de serem e de trabalharem no que desejarem. Muitos portugueses parecem rever-se neste sentimento de falta de liberdade e até obstrução das suas ambições por parte do Estado. São rostos anónimos.
Também anónimo à força tem sido Luís Dias, o agricultor que se manifesta há 20 dias à porta do Palácio de São Bento, à espera de ver reposta justiça no caso que o opõe ao Estado relativamente ao financiamento da sua Quinta das Amoras, em que a Inspecção-Geral da Agricultura e despacho do Ministério Público já lhe deram razão, pois, segundo os mesmos, houve “desconformidades legais” na actuação estatal.
Luís aguarda há oito meses a solução que António Costa lhe prometera. Não é impaciência: é que o caso, no somatório de todos […]