Publicado em: 18 de Fevereiro, 2025
Prémio distingue a excelência na categoria de “Sustentabilidade”. Ministro da Agricultura e Pescas congratula produtores nacionais e destaca investimentos e ambição.
A Lusomorango – Organização de Produtores de Pequenos Frutos venceu a categoria de “Sustentabilidade” do Prémio Nacional de Agricultura 2024. Este prémio vem reconhecer o trabalho realizado pelos cerca de 40 produtores da Lusomorango que produzem pequenos frutos de grande qualidade, reconhecidos em todo o mundo, assim como o investimento e comprometimento que têm demonstrado com o desenvolvimento de uma produção cada vez mais sustentável, eficiente e responsável.
Além do seu Código de Conduta, que rege com critérios rigorosos todo o sistema de produção e, também, de recrutamento e gestão, e de diversas iniciativas que promovem as melhores práticas no setor, a Lusomorango e os seus produtores tem também investido na investigação de soluções para uma agricultura que responda e antecipe aos desafios das alterações climáticas.
Prova disso é o Centro de Investigação para a Sustentabilidade, iniciativa da Lusomorango, do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), da Driscoll’s e da Maravilha Farms. Localizado no Polo de Inovação da Fataca, em Odemira, o Centro de Investigação para a Sustentabilidade é o primeiro laboratório de investigação para a produção agrícola sustentável, nomeadamente de pequenos frutos, resultante de um esforço conjunto entre a academia e as empresas. Tem como objetivo produzir conhecimento científico que apoie os produtores agrícolas no desenvolvimento de soluções que permitam usar o recurso água de forma cada vez mais eficiente, também, que integrem sistemas de natureza biológica (apoiados na biodiversidade) para evitar e mitigar ameaças à produção. O Centro, que se afirma como colaborativo, tem ainda a missão de partilhar o conhecimento produzido, não só com a comunidade local, mas também com todo o setor agrícola, nacional e internacional.
Joel Vasconcelos, diretor-geral da Lusomorango, refere que “este prémio é mais uma prova de Portugal tem no segmento dos pequenos frutos uma grande riqueza e que, com as soluções necessárias, tem capacidade para contribuir muito mais para a economia e desenvolvimento nacional e regional”.
Numa reflexão sobre o tema “água”, o Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, que encerrou a cerimónia, destacou o projeto Água que Une sinalizando que terá “um investimento de milhares de milhões de euros para armazenar água e distribuí-la de forma eficiente, com o objetivo de chegar não só para a agricultura, mas também para o consumo humano e até para a biodiversidade e para a sua proteção, face aos caudais ecológicos que temos de manter e, em alguns locais, para evitar cheias, funcionando também como um elemento de proteção civil”. O Ministro da Agricultura e Pescas destacou o Alqueva, afirmando que “muitas vezes não há noção que temos a melhor tecnologia e os melhores técnicos à escala global. Em termos de receita fiscal o Alqueva dá ao orçamento de estado, por ano, 339 milhões de euros”, reforçando a importância de concretizar investimentos como o previsto para o Perímetro de Rega do Mira: “Felicito a Lusomorango. O Mira dá de receita fiscal ao Orçamento do Estado 130 milhões de euros. Se conseguíssemos regar toda a área dava mais 60”.
A cerimónia teve lugar no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, e contou, além do Ministro da Agricultura e Pescas, com a participação de Ana Rosas Oliveira, administradora do BPI, e Ana Dias, administradora financeira da Medialivre. O Prémio Nacional de Agricultura é uma iniciativa do BPI e da Medialivre, que conta com o patrocínio do Ministério da Agricultura e Pescas e o apoio da PwC. Reconhece e valoriza, há 12 anos, os melhores projetos agrícolas em Portugal, destacando casos de sucesso em inovação, criatividade e sustentabilidade, assim como a resiliência dos agricultores e das empresas, e o respetivo papel na construção de uma agricultura mais eficiente e inteligente, preparada para enfrentar desafios como as mudanças climáticas.
O artigo foi publicado originalmente em Gazeta Rural.