A Lusosem, em parceria com 4 investigadores do Instituto Superior de Agronomia, apresenta a obra inédita “Infestantes de Arrozais de Portugal”, no âmbito do Grupo Operacional + ARROZ.
Este trabalho científico compila informação sobre a biologia e ecologia de cerca de 70 táxones de infestantes presentes nos arrozais nacionais, sendo uma ferramenta de trabalho valiosa para a correta identificação e controlo eficaz das infestantes.
O livro é da autoria de Teresa Vasconcelos, Ana Monteiro, Arlindo Lima e Paulo Forte, docentes e investigadores do Instituto Superior de Agronomia, que contam com uma vasta experiência prática de investigação na cultura do arroz e, em particular, no tema das infestantes.
Nos arrozais portugueses estão identificados cerca de 70 táxones de infestantes que esta obra identifica, ilustra e descreve quanto às suas caraterísticas morfológicas – plântula, planta adulta, caules, inflorescências, folhas, flores, frutos, semente – órgãos de propagação e estados fenológicos. É também apresentado um quadro prático com o grau de infestação de cada uma das infestantes nas três regiões orizícolas em Portugal.
As infestantes são o principal fator biótico responsável pela perda de rendimento na cultura do arroz e a sua difícil gestão implica um grande consumo de recursos. «Estima-se que o não controlo das infestantes pode representar perdas de produção de cerca de 35%, afetando também a qualidade do arroz», afirmam os autores, indicando as principais consequências da presença de infestantes nos arrozais: redução do crescimento do arroz; aumento da humidade do grão – secagem; maior presença de pragas e agentes patogénicos no ecossistema orizícola; prejuízos indirectos causados por alterações nos sistemas culturais (rotações, lavouras profundas) e consequências ecológicas da aplicação de herbicidas.
Nesta linha de pensamento e sabendo que a correta identificação das infestantes, e o conhecimento da sua biologia e ecologia, é imprescindível para um controlo eficaz, o livro “Infestantes de Arrozais de Portugal” surge como um documento de consulta obrigatória para técnicos e agricultores que se dedicam à cultura do arroz.
A obra é um dos resultados obtidos pelo consórcio do Grupo Operacional +ARROZ – Sustentabilidade do agro-ecossistema arrozal nacional – que tem como objetivo encontrar soluções estruturais e sustentáveis para o problema do controlo de infestantes no arroz, nomeadamente de Echinochloa spp, nas três regiões orizícolas em Portugal. O consórcio + ARROZ, financiado pelo PDR 2020, é liderado pela Lusosem e integra diversas outras entidades ligadas à produção e investigação na fileira do arroz: ADISA – ISA, Anseme, Aparroz, Cotarroz-CC, DRAP-Centro e INIAV.
Em Portugal, cultivam-se cerca de 29 000 hectares de arroz, repartidos pelos Vales do Mondego (6 000 ha), do Tejo e Sorraia (14 000 ha) e do Sado (9 000 ha). Os portugueses têm o maior consumo per capita de arroz da Europa, cerca de 16 kg/habitante/ano.
Desde a sua génese, há 20 anos, a Lusosem tem um enorme compromisso com a sustentabilidade do Arroz Nacional promovendo a inovação e o desenvolvimento de soluções (sementes, agroquímicos e fertilizantes) que asseguram a viabilidade da cultura, numa ótica de valorização da fileira em forte colaboração com os diferentes intervenientes, desde a produção, à indústria e investigação, atuando sempre de forma sustentável e responsável, apostando numa forte presença no campo, aportando assistência e conhecimento ao setor (agricultores, técnicos, organizações de produtores) numa lógica de proximidade.
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O artigo foi publicado originalmente em Rede Rural Nacional.