Prémio de Jornalismo EIT Food

Mafalda Gameiro (RTP) e Alexandra Prado Coelho e Vera Moutinho (Público) vencem 2.ª edição do Prémio de Jornalismo EIT Food

Empate inédito levou à atribuição do 1.º lugar ex-aequo a Mafalda Gameiro (RTP) e a Alexandra Prado Coelho e Vera Moutinho (Público). Ricardo Dias Felner (Expresso) foi distinguido com o 2.º prémio.

Pela primeira vez na história do Prémio de Jornalismo EIT Food em Inovação e Sustentabilidade Alimentar, que já conta com quatro edições em Espanha, três em Itália e agora duas em Portugal, o júri viu-se perante um empate impossível de desfazer. Como resultado, o EIT Food decidiu atribuir não dois mas sim três prémios.

O primeiro lugar foi para Mafalda Gameiro (RTP) e para Alexandra Prado Coelho e Vera Moutinho (“Público”). A cada um destes trabalhos foi atribuído um prémio monetário de 1500 euros.

Mafalda Gameiro foi distinguida pela forma como trabalhou um tema de grande atualidade – os impactos da guerra na Ucrânia no sistema alimentar. A reportagem “Entre a Abundância e a Escassez”, exibida no programa Linha da Frente, apresenta alternativas que existem em Portugal para atenuar o volume de importações no sector agroalimentar, como é o caso da utilização das leguminosas, que além de terem um elevado valor nutricional funcionam igualmente como fertilizantes naturais.

Alexandra Prado Coelho e Vera Moutinho destacaram-se pela forma como traçaram o retrato do que será a agricultura no nosso país num futuro com menos água – o que, mais do que um cenário longínquo, já é uma realidade que merece a maior preocupação de governo, organizações e empresas do setor e da população em geral. Mais do que pintar somente um cenário negro, o trabalho multiplataforma “Como faremos agricultura num futuro com menos água” procura também mostrar que caminhos podem ser seguidos para mitigar os impactos desta escassez de água.

Ricardo Dias Felner conquistou o segundo lugar com a sua escrita cativante e pela clareza com que expôs as várias dimensões do sector do vinho. O artigo “In Vino Veritas”, publicado no “Expresso”, resulta de um ano passado a visitar e ouvir produtores industriais e artesanais, enólogos e outras pessoas e entidades com uma palavra a dizer sobre esta área com o intuito de perceber o que está no vinho que bebemos – chegando à conclusão de que raramente é só sumo de uva fermentado.

A 2.ª edição do Prémio de Jornalismo EIT Food em Inovação e Sustentabilidade Agroalimentar, organizada em parceria com o Sindicato dos Jornalistas, estava aberta a todos os jornalistas com carteira profissional válida que tivessem publicado ou difundido trabalhos em qualquer plataforma (imprensa, rádio, televisão ou internet) entre 16 de setembro de 2021 e 15 de setembro de 2022. Ao todo, a edição deste ano contou com um total de 60 candidaturas.

Após a difícil deliberação dos jurados, dada a grande qualidade dos trabalhos a concurso, os vencedores foram finalmente revelados durante uma cerimónia organizada ontem, em pleno Dia Mundial da Alimentação, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa. O júri que avaliou sobre os trabalhos a concurso foi composto por: Aline Flor (Sindicato dos Jornalistas), Carla Tomás (Expresso), Carlos Rico (SIC, vencedor da 1.ª edição do prémio), Juan Ignacio Zaffora (EIT Food) e Marta Cerqueira (Peggada).

Antes da entrega dos prémios teve lugar um debate sobre “Como comunicar ciência?”. O debate contou com a presença de Caroline Delmazo (UC, Projeto ReSEED | CEIS20), Inês Barreiros Mota (NMS|FCM/UNL), Maria José Pires (ESHTE), Vera Novais (Observador) e Juan Ignacio Zaffora (EIT Food) e foi moderado por Rui Catalão (Kitchen Dates).

Entre os maiores desafios ao trabalho de qualidade feito pelos jornalistas nesta área estão a falta de tempo e de preparação (ou especialização), mas também a pressão para passar mensagens que tenham maior impacto – ou seja, que gerem mais cliques, visualizações e discussão – por muito que desvirtuem ou deturpem as reais conclusões científicas. Por outro lado, importa também que cientistas e investigadores se mostrem mais aptos para comunicar com eficácia e mais disponíveis para contribuir para que os jornalistas façam o seu trabalho com qualidade.

Houve ainda tempo para uma conversa com Mónica Truninger, para falar sobre os hábitos alimentares dos portugueses. A socióloga do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa partilhou conclusões e experiências do seu já vasto trabalho nesta área, com especial atenção para os impactos do consumo de carne, o efeito das disparidades socioeconómicas na definição dos hábitos alimentares e a evolução desses mesmos hábitos ao longo das décadas.

Para o ano voltamos com a 3.ª edição do Prémio de Jornalismo EIT Food em Inovação e Sustentabilidade Agroalimentar, para premiar novamente o que de melhor se faz no jornalismo português sobre estas temáticas!

Fonte: EIT Food


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