Mais de 4.000 postos de trabalho foram criados no interior do país, em quase três anos, na sequência de medidas do Programa de Valorização do Interior (PVI), revelam dados disponibilizados pelo Governo.
Segundo informação avançada à agência Lusa pelo ministério da Coesão Territorial (MCT), relativa ao final de junho, o eixo do PVI “Captar Investimento e Pessoas para o Interior” permitiu a criação de 4.060 postos de trabalho, 274 dos quais em regime de teletrabalho.
A maior ‘fatia’ ficou a cargo do programa +CO3SO Emprego, que possuía uma dotação inicial, para o interior do país, de 60 milhões de euros, com a criação de 1.100 postos de trabalho, mas que foi reforçado para mais do dobro (135,8 milhões de euros), levando à criação de 2.670 postos de trabalho.
Já o programa Trabalhar no Interior, articulado com a medida Emprego Interior MAIS, viu serem aprovadas 605 das 1.070 candidaturas recebidas, resultando em 1.090 pessoas abrangidas.
A estes dados, juntam-se mais 50 postos de trabalho, resultantes da criação de novos espaços de ‘coworking’ em 89 municípios do interior Norte (21), Centro (35), Alentejo (19) e Algarve (14).
Segundo o Governo, os programas relativos à criação de emprego são dirigidos às PME e organismos da Economia Social e envolvem as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), em articulação com as comunidades intermunicipais e municípios, e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).
O programa +CO3SO Competitividade, que pretende “tornar os territórios do interior mais competitivos”, é aquele que reúne mais medidas de apoio, cerca de uma dezena, e que congrega o maior montante de investimento aprovado, cerca de 3,63 mil milhões de euros, entre fundos europeus e nacionais.
Destes, foram pagos, até ao momento, 994 milhões de euros de apoio.
Já na valorização dos recursos endógenos e capacidade empresarial do interior, o programa +CO3SO Conhecimento resultou, até ao momento, num investimento aprovado de mais de 250 milhões de euros, quase 120 milhões dos quais pagos e 103 milhões executados.
Quanto ao Plano de Ação para a Transição Digital, visa assegurar a cobertura de banda larga fixa e móvel nas freguesias de baixa densidade (envolvendo 75% da população até 2023 e 90% até 2025).
Ainda na área tecnológica, a Universalização da Escola Digital possui um investimento aprovado de cerca de 60 milhões de euros (54 milhões dos quais para o interior), envolvendo 106 municípios.
No âmbito da criação de serviços públicos de maior proximidade, os dados do MCT apontam, sem especificar, para 80 operações concretizadas no total, 34 das quais no interior, num investimento aprovado de cerca de 20 milhões de euros.
Já na área da Saúde, o Governo destaca a criação, desde dezembro de 2020, de 110 balcões SNS24 “que funcionam como centros de saúde à porta de casa”, a maioria (95) na região Norte.
No interior, o número de balcões do SNS24 criados ascende a 47 (40 no Norte e sete no Centro), cerca de 43% do total.
Na medida Cultura +Próxima, a Programação Cultural em Rede, “medida que possibilita e promove a realização de atividades culturais e artísticas, permitindo que as associações culturais apresentem projetos em parceria com os municípios e de forma articulada entre os vários atores locais”, envolveu, até 30 de junho e em territórios do interior, 58 candidaturas (de um total de 122), correspondentes a 18,5 milhões de euros de investimento e 16,6 milhões de apoio.
A região Centro liderou o número de candidaturas aprovadas para o interior (39), seguida do Norte (15) e Alentejo (4).
Já a medida Cultura para Todos, destinada a “promover a integração social e combater a pobreza e qualquer discriminação, com vista à promoção da igualdade de oportunidades e da participação ativa e a melhoria da empregabilidade”, resultou em 30 candidaturas aprovadas no interior (23 no Norte e sete no Alentejo) com um apoio de 5,7 milhões de euros.
Na agricultura, pela campanha “Alimente quem o Alimenta”, que incide sobre 1.019 produtores no interior, foram atribuídos 627 títulos do estatuto de Jovem Empresário Rural e 185 do estatuto de Agricultura Familiar.
A cooperação transfronteiriça com Espanha viu aprovados 238 projetos, correspondentes a 717 beneficiários portugueses e um investimento em Portugal de cerca de 85 milhões de euros, suportado por fundos europeus.