Chegou ao fim o ano de 2022! Um ano sui generis!
Tivemos e temos uma guerra, assolou-nos a inflação, tivemos a seca e mesmo no final do ano, as famigeradas cheias!
É caso para perguntar, o que nos espera mais?
Todos temos o hábito, chegado o final de mais um ano, de fazermos um balanço, quer pessoal quer profissional!
Enquanto Presidente da APIC, não poderia deixar de fazer essa análise em jeito de balanço, sobre a atividade que a APIC desenvolveu, para apoiar os seus associados!
Em primeiro lugar, sublinhar que o Ano Novo que se aproxima, infelizmente será muito similar ao anterior.
Vamos continuar com a inflação, com o custo em alta da energia, dos fatores de produção e matérias-primas, os quais não se conseguem reverter no custo do produto final que vendemos!
Em segundo lugar, sublinhar e lamentar este conflito dos preços!
Apesar de todas as indústrias precisarem de aumentar os preços de venda, para conseguirmos sobreviver economicamente, continuamos a trabalhar na sombra uns dos outros!
Todos sabemos que no passado e presente, a falta de compromisso e ética entre as empresas tem levado a que os nossos clientes tirem vantagens competitivas e nos conduzam a perdas de rentabilidade, dia após a dia.
A falta de diálogo entre todos permite que o mercado desvalorize os nossos produtos, quando deveria ser o contrário, quando deveriam ser as empresas produtoras a valorizá-los!
Sabemos que a troca de fornecedores é quase sempre provocada pelo preço, acabando por prejudicar não só quem deixa de vender como as próprias empresas que começam a fornecer, a preços mais baratos.
Perante este cenário, é obrigatória a pergunta:
De que vale estarmos no mercado a perder dinheiro? Contrariando a lógica económica, de que as empresas existem para serem rentáveis!
O que estamos a fazer ao mercado?
O que estamos a fazer às nossas empresas? A depauperá-las? A vender a todo o custo? Mesmo que a venda signifique prejuízo?
Que gestão é esta?
Não caminharemos para a derrocada previsível? Como podemos evitar esta inevitável hecatombe? Haverá solução?
Todos sabemos que sim! Só precisamos de coragem!
Coragem para estabelecermos diálogo, promovermos união, compromisso e responsabilidade na defesa dos nossos produtos e empresas, conseguindo uma melhor rentabilidade.
Estimados associados, o mercado está cada vez mais feroz, como todos sabemos e vivemos, mas os gestores não podem continuar a permitir que valha tudo e assim fragilizarem a posição das empresas e mesmo corrermos o risco de as tornar insustentáveis.
Existindo uma associação como a APIC, que representa os interesses de todos os associados, não deveríamos saber utilizar este elo e assim tornar-nos efetivamente mais fortes?
A APIC, durante o ano de 2022, criou várias formas de diálogo, tendo veiculado informação de forma coletiva aos seus associados sobre as várias matérias, tais como: as cotações relativas ao preço dos animais e da carne diariamente (nacionais e internacionais), os esclarecimentos técnicos alimentares e outros, os esclarecimentos jurídicos, as notas informativas, as newsletters semanais, as medidas de apoio financeiras das instituições publicas, entre outras.
A APIC, prestou também um serviço pouco comum entre as associações, a assessoria, a interpretação legal e parecer técnico individual a tantas empresas que recorreram ao apoio incondicional desta associação!
Um bem-haja a todos os associados que perceberam que recorrer à ajuda direta da APIC, só os torna mais fortes!
A APIC, realizou também várias ações de formação, com as quais nos congratulamos pelo excelente feedback dos participantes! Desde os critérios microbiológicos, testes de validação, utilização de aditivos alimentares, certificação em bem-estar animal e ainda as ações sobre HACCP e flexibilidade associada. Esta última, foi replicada em 4 locais diferentes (Famalicão, Coimbra, Montijo e Funchal), tendo havido participantes oriundos da administração pública e das empresas associadas, numa interação prática, em contexto de grupo de trabalho, muito frutífera.
A APIC, trabalhou diretamente vários temas junto do governo e junto da administração publica, fez vários comunicados e cartas abertas, fez ainda múltiplas ações de comunicação junto dos meios de imprensa (televisão, rádio, jornais e revistas da especialidade).
A APIC vai continuar a trabalhar e a lutar pelos interesses do nosso setor. Seria muito bom que os nossos associados (os que não nos dão feedback) se juntassem a nós, participando e contribuindo com a informação que nos permita concretizar os objetivos que nos movem!
Termino, desejando a todos que tenham o discernimento de conseguirem mudar o que não está certo!
A todos desejo a capacidade de encarnarem o que Mariza canta na canção:
“O melhor de mim”
”.. É a vida que segue e não espera pela gente, cada passo que demos em frente, caminhando sem medo de errar, e creio que a noite sempre se tornará dia, e o brilho que o sol irradia, há-de sempre nos iluminar, Sei que o melhor de mim está pra chegar…”
A todos, desejo que 2023 seja um ano de mudança, e que venha efetivamente ao de cima o melhor de nós!
30 de dezembro de 2022
Fonte: APIC