O Governo anuncia publicamente milhões de ajuda para os lesados com prejuízos na agricultura causados pelos incêndios entre Julho e Outubro de 2017, mas poucos se vão poder candidatar.
As medidas anunciadas pelo Governo de apoio aos afectados, são uma forma encapotada das ajudas chegarem a muito poucos.
Na realidade acima dos 1053€ de prejuízo, as ajudas são só para agricultores profissionais (inscritos nas finanças e S. Social) , quando a grande maioria das vítimas dos incêndios com prejuízos agrícolas não são inscritos como agricultores , sendo esta actividade um complemento da sua profissão principal.
Muitos dos afectados fazem parte dos cerca de 300.000 pequenos agricultores que não recebem quaisquer ajudas comunitárias, e como tal não se podem candidatar.
Por outro lado os afectados reclamam tratamento igual para todos os prejudicados pelos incêndios; Os afectados com prejuízos agrícolas com os incêndios de Pedrógão até 5.000€ não precisaram de fazer projectos ao PDR2020; porque é que com os afectados nos incêndios posteriores é só até 1053€ fora de projectos; há portugueses de primeira e de segunda?
O que o Governo tem obrigação de fazer é o pagamento de ajudas directas a todos as vítimas dos incêndios, a tempo e horas, sem projectos nem candidaturas complexas.
Mas mesmo quem está inscrito como agricultor não tem a vida facilitada.
Quem vai fazer os projectos a estes, e com um prazo tão curto? A Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro já afirmou que não tem condições para fazer os projectos por falta de recursos humanos , mas apenas e só a análise das candidaturas.
Quem vai pagar a realização destes projectos; são as vítimas dos incêndios?
Esta situação é vergonhosa! Por um lado o Ministério da Agricultura, impede a grande maioria das vítimas com prejuízos na agricultura de receberem o que quer que seja por não estarem inscritos como agricultores, por outro lado a quem é inscrito como agricultor, são imensas as dificuldades para se candidatarem, porque os Serviços do Ministério a quem compete em primeiro lugar atender os pedidos dos agricultores, foram ao longo dos anos esvaziados de trabalhadores e meios.
Finalmente em relação a medidas concretas de apoio financeiro às áreas florestais ardidas é uma mão cheia de nada.
Face à grave situação, no próximo dia 28 de Novembro Terça-Feira, pelas 10H30, em frente á DRAPC em Coimbra a ADACO-Associação Distrital dos Agricultores e a CNA-Confederação Nacional da Agricultura, com o apoio da MAAVIM (Movimento Associativo de Apoio às Vitimas dos Incêndios de Midões), vão levar a efeito uma manifestação dos afectados do Distrito de Coimbra pelos prejuízos causados pelos incêndios.
A Associação distrital dos agricultores de Coimbra pretende medidas financeiras do Governo que efectivamente contemplem todas as vítimas dos incêndios com prejuízos agrícolas e florestais .