Portugal conseguiu um acordo positivo para as possibilidades de pesca em 2026, após uma maratona de dois dias de negociações, tendo nomeadamente reduzido os cortes no do linguado e resolvido os do goraz.
“Depois de dois dias de maratona, temos um acordo positivo”, referiu o ministro, destacando que “as possibilidades de pesca são superiores às capturas” que Portugal tinha, o que “significa que há previsibilidade e estabilidade”.
No que se refere ao goraz, espécie de grande importância comercial para os Açores, Portugal conseguiu um aumento de 12% na quota nacional para 2027 e que será parcialmente transposta para 2026, que tem um corte de 3%, usando o mecanismo de flexibilidade interanual.
No que respeita ao linguado, a Comissão Europeia tinha proposto uma redução de 28%, acabando por ser fixada em 9%.
Foram ainda encontradas soluções para o tamboril, referiu, por seu lado, o secretário de Estado das Pescas, Salvador Malheiro, com o corte de 1% (Bruxelas tinha avançado 2%) a ser compensado com trocas de quotas com Espanha.
O peixe-espada preto é outra espécie que foi negociada, com França, para compensar a redução de 55%, que afeta a zona de Sesimbra.
Em troca, Portugal cede capturas de pescada e juliana a Madrid e Paris.
“Temos aqui um problema muito grande com o peixe-espada preto, mas temos desde já essa garantia por parte de França que nos permite ter mais 150 toneladas, mas mais importante do que isso há o compromisso entre os dois países de que ao longo do ano esse reforço pode acontecer por várias vezes”, referiu Salvador Malheiro.
Para o bacalhau, estão garantidas um total de 3.506 toneladas, mais 800 toneladas, na Terra Nova, Canadá, faltando ainda os resultados das negociações da Comissão Europeia com a Noruega.
Os ministros das Pescas da União Europeia chegaram esta madrugada a um acordo sobre os totais admissíveis de capturas e as respetivas quotas nacionais, após dois dias de debates e uma maratona na noite de sexta para hoje.