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Mau Tempo: Autarca de Vila Real defende verbas a fundo perdido para colmatar prejuízos

O presidente da Câmara de Vila Real defendeu hoje que os ministérios da Economia e da Agricultura devem apoiar com verbas a fundo perdido as atividades mais afetadas pelo granizo e chuva intensa que atingiram o concelho.

“O mau tempo tem sido, de facto, terrível. E temos observado que nos últimos anos, fruto das alterações climáticas, a severidade do mau tempo, fora de época, tem sido muito constante e causado prejuízos imensos em todo o concelho”, afirmou Rui Santos.

Desde o dia 31 de maio que o concelho de Vila Real foi já atingido por três tempestades de granizo e de chuva intensa. A última situação verificou-se no domingo.

O autarca apontou os prejuízos causados na agricultura, nomeadamente nas vinhas de freguesias como Abaças e Guiães, nos pomares e na horticultura, também nos ‘stands’ de automóveis que têm as viaturas expostas ao ar livre, na queda de muros, nas vias públicas e em casas de particulares, que sofreram inundações.

“Conheço variadíssimas situações em casas particulares onde os prejuízos também foram muito consideráveis”, salientou.

Segundo Rui Santos, a autarquia tem, através da Proteção Civil, “acorrido a todas as emergências” e tem conseguido “manter o concelho em funcionamento”.

“E temos tentado, dentro daquilo que nos é possível, alertar o Estado central para a severidade das tempestades que por aqui têm caído e para a necessidade de apoio, nomeadamente nas atividades económicas que mais têm sido prejudicadas, como a vitivinicultura, porque os prejuízos são para o ano 2021 mas, em alguns casos, também para anos futuros”, frisou.

E explicou que, “em alguns casos, as videiras e árvores de fruto ficam de tal forma danificadas que a expectativa de produção fica condicionada nos próximos anos”.

Após a queda intensa de granizo a 31 de maio, foi estabelecida uma parceria entre o município e o Ministério da Agricultura para, “pelo menos, fornecer cal aos agricultores para a cicatrização das videiras e das árvores”.

“Houve uma linha de crédito de três milhões de euros, mas face ao que aconteceu nos últimos dias a perceção que temos é que isso já não chega, temos que ir mais longe, o Estado central tem que ir mais longe, isto é uma competência do Estado central, não é da autarquia”, salientou.

E continuou: “Temos que, provavelmente, junto do ministério da Economia, mas também da Agricultura, dependendo dos setores de atividade, encontrar forma de apoiar os nossos concidadãos com verbas a fundo perdido, é isso que defendemos”.

Ao longo do dia de hoje foram feitas as operações de limpeza de habitações ou de estradas.

Rui Santos fez questão de agradecer a todos os que têm estado no terreno, desde a PSP e a GNR, às duas corporações de bombeiros do concelho (Cruz Branca e Cruz Verde) e à Proteção Civil Municipal.

“Todos em conjunto souberam estar à altura das circunstâncias e num espaço de tempo absolutamente recorde conseguiram pôr a cidade, o concelho, tudo a funcionar, sem prejuízos de maior”, salientou.

Na sexta-feira, a chuva intensa provocou inundações no concelho, nomeadamente no mercado municipal, que está sofrer obras de requalificação.

“As obras não estão concluídas e, portanto, vamos a tempo de retificar, sabendo nós que não podemos nunca prever tudo (…) Temos seguros, os empreiteiros têm seguros e tentaremos salvaguardar sempre o bem-estar daqueles que momentaneamente foram prejudicados e serão, obviamente, recompensados”, frisou.

Relativamente à situação do mercado, o autarca lamentou e pediu desculpa pelo que aconteceu.

As previsões meteorológicas para Vila Real apontam para a possibilidade de queda de granizo e chuva nos próximos dias.

“Estamos preparados, a Proteção Civil está preparada, temos um dispositivo preparado, agora temos a consciência de que nem sempre é possível resolver tudo ao instante e ao segundo”, salientou.


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