O alerta é de uma investigadora da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Ana Aguiar defende que que “destruir plantas que não manifestam danos [depois de infetadas pela Xylella Fastidiosa] poderá ser um erro”.
Uma investigadora da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto afirmou esta terça-feira que as medidas de erradicação da Xylella fastidiosa “não são as adequadas”, defendendo que as plantas que não manifestam danos podem ser fundamentais para resolver o problema.
Em declarações à agência Lusa, a investigadora Ana Aguiar do centro GreenUPorto e docente na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), salientou que “destruir plantas que não manifestam danos [depois de infetadas pela Xylella Fastidiosa] poderá ser um erro”.
Cientificamente classificada como uma “bactéria grã-negativa que tem uma relação endofítica com a planta”, a Xylella Fastidiosa “vive dentro da planta”, mais concretamente, nos vasos xilémicos que transportam água e nutrientes das raízes para os caules e folhas.
Árvores, arbustos e plantas herbáceas – vulgares em espaços urbanos e rurais ou de “elevado valor económico” – podem ser hospedeiras desta bactéria que, com algumas plantas desenvolve “uma relação de parasitismo” (a bactéria vive na planta e causa danos), e com outras, “uma relação de comensalismo” (a bactéria vive na planta sem causar danos).
Destacando que com algumas plantas pode ser desenvolvida uma “relação de comensalismo”, Ana Aguiar defendeu a importância de se “preservar” esse material vegetal que “poderá ser fundamental na resolução do problema”.
“Antes de destruir as plantas, e nesta fase em que a Xylella Fastidiosa está presente, mas não causa prejuízos para a agricultura, é urgente envolver os investigadores, financiando o trabalho da ciência”, observou.
Abate de plantas que testem positivo e de todas da mesma espécie […]