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Milhares de camponeses protestam na Índia contra liberalização do setor agrícola

Milhares de camponeses cortaram hoje algumas das principais estradas da Índia para protestar contra três leis que liberalizam o setor agrícola, um protesto que ocorre10 dias após os graves incidentes em Nova Deli durante uma marcha de tratores.

O protesto, batizado com o slogan “Chakka Jam” (Bloqueio de Trânsito), começou por volta do meio-dia e durou três horas em estradas de grande parte do país, nas quais os camponeses se sentavam ou cruzavam tratores para diminuir o trânsito.

O Kisan Ekta Morcha (Frente de Unidade Camponesa), responsável pela comunicação sobre os últimos acontecimentos relacionados ao movimento camponês contra a reforma agrária, destacou no Twitter que o protesto de hoje está a realizar-se “de forma pacífica”.

Televisões locais mostraram imagens de bloqueios de estradas em várias partes do país, desde os estados de Punjab ou Haryana, no norte, e Caxemira, no noroeste, até o oeste de Maharashtra ou sul de Karnataka.

Porém, a mobilização não foi convocada em estados importantes como Uttar Pradesh e Uttarakhand, nem foi convocada em Nova Deli, onde há um forte destacamento de forças de segurança depois de em 26 de janeiro, durante o Dia da República, a marcha de tratores que pretendiam passar pacificamente pelos subúrbios se tornou violenta quando grupos de agricultores entraram no centro.

Os confrontos entre as forças de segurança e os manifestantes, que derrubaram as barricadas com tratores, provocaram um morto entre os camponeses quase 400 policias feridos.

A tensão na capital não impediu que pequenos grupos de ativistas mostrassem o seu apoio aos camponeses.

A ativista Sucheta De, membro do Partido Comunista Indiano, denunciou no Twitter a sua prisão quando se manifestavam “pacificamente em apoio aos agricultores” na ITO central, um dos principais locais dos violentos protestos de dez dias atrás.

“A repressão da polícia de Deli contra a democracia ultrapassou todos os limites”, criticou.

A mobilização chega uma semana depois de o movimento camponês ter cruzado fronteiras com grande repercussão internacional, com expressões de apoio de celebridades como a cantora Rihanna ou a ativista ambiental Greta Thunberg, que levou o Governo indiano a relatar uma campanha de propaganda.

Os camponeses protestam contra uma reforma que estabelece as bases para que vendam diretamente a sua colheita às empresas da cadeia de distribuição, o que segundo eles os coloca em desvantagem, embora o Governo indiano defenda que agora os agricultores poderão negociar nos seus próprios termos.


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