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Ministério do Ambiente diz que intervenções no Parque Natural Sintra-Cascais visam controlo de invasoras

O Ministério do Ambiente assegura que as intervenções no Parque Natural Sintra-Cascais incidem no controlo de plantas invasoras e de adensamentos com autóctones, bem como na criação de faixas de gestão de combustível para reduzir o risco de incêndio.

“Durante as operações de controlo de manutenção de exóticas são mantidos os exemplares de vegetação não invasora existentes em bom estado fitossanitário (pinheiro-de-alepo, ciprestes/cedros, carvalhos, sobreiros, amieiros, folhados, medronheiros, loureiros, entre outras) e toda a regeneração natural de espécies autóctones, pretendendo-se continuar a reforçar a presença das autóctones através dos adensamentos com folhosas”, indicou o gabinete do ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes, em resposta escrita à agência Lusa.

Várias organizações ambientalistas, nomeadamente SOS Parque Natural Sintra-Cascais, Grupo dos Amigos das Árvores de Sintra, QSIntra, Fórum Cidadania Lisboa, Fórum por Carcavelos, Grupo Ecológico de Cascais ONGA e Associação de Defesa da Aldeia de Juso, denunciaram recentemente o abate de centenas de árvores no Parque Natural Sintra-Cascais, considerando que se trata de “crime ambiental”.

Divulgando fotografias e vídeos do corte de árvores, as organizações ambientalistas afirmam que se trata de “espécies não-invasivas” e que “a extensão do abate é grande”, exigindo “medidas imediatas” para “impedir a continuação da destruição de um património natural numa zona protegida por lei no Parque Natural Sintra-Cascais”, o primeiro parque natural de Portugal, “com biodiversidade única ao nível de flora e fauna, insubstituível e de extrema importância para o meio ambiente e para o país, em particular perante o cenário de emergência climática”.

Em resposta à Lusa, a Câmara de Cascais, no distrito de Lisboa, assegurou que a intervenção florestal visa controlar e erradicar espécies invasoras exóticas. A Câmara de Sintra disse à Lusa que “nenhuma das situações denunciadas de abate de centenas de árvores se realiza em território do município”, no entanto, atendendo a que decorre neste parque, considerou que “as autoridades competentes devem ser alertadas para esta situação”.

De acordo com o Ministério do Ambiente, as intervenções objeto da denúncia visam “consolidar a erradicação de vegetação exótica com comportamento invasor e promover a recuperação ecológica das áreas intervencionadas”, e estão a ser promovidas pela Câmara de Cascais, no âmbito das candidaturas ao programa de desenvolvimento rural PRODER, com a autorização do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

“Os trabalhos incidem no controlo de invasoras e de adensamentos com autóctones, e integrando ainda intervenções de beneficiação de galerias ripícolas ao longo de linhas de água que atravessam essas áreas ou a sua envolvente, e a criação de faixas de gestão de combustível (FGC) e de mosaicos de gestão de combustível (MGC), estratégicos, ao longo da EN9-1, nos troços que atravessam o Perímetro Florestal da Serra de Sintra (PFSS) e Perímetro Florestal da Penha Longa (PFPL) da estrada florestal (EF), no troço Malveira-Pedra Amarela, com objetivos de reduzir o risco de incêndio”, esclareceu o gabinete do ministro do Ambiente.

As intervenções previstas, acrescentou, localizam-se em seis áreas distintas do PFSS e parte delas já foram executadas, nomeadamente na envolvente à linha de água do rio da Mula e a poente do acesso à barragem com o mesmo nome.

Concordando com as intervenções em curso, inclusive o corte moto-manual da regeneração vegetativa das exóticas invasoras e a manutenção das espécies autóctones potenciando o seu desenvolvimento e regeneração natural, a tutela referiu ainda que as áreas a sujeitar a corte raso de invasoras “são dispersas e não ultrapassam manchas anuais superiores a 6,0 ha [hectares] em cada uma das parcelas/lotes, para evitar alterações significativas na paisagem e seus reflexos negativos na fauna e na erosão de solo”.


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