Confrontada com as críticas de falta de apoios devido à seca, Maria do Céu Antunes lembrou que, em Janeiro, a confederação de agricultores aconselhou os eleitores a não votarem PS. CAP diz que a resposta “estava ensaiada”.
O que é que a falta de medidas de apoio à seca tem a ver com a campanha eleitoral para as legislativas de Janeiro passado? Tudo, a crer numa resposta que a ministra da Agricultura deu aos jornalistas no Algarve. Confrontada com as críticas da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) sobre a inexistente resposta do Governo para mitigar o impacto da seca no sector da produção e da alimentação animal, a Maria do Céu Antunes respondeu da seguinte forma: “É melhor perguntar porque é que, durante a campanha eleitoral, a própria CAP aconselhou os eleitores a não votar no Partido Socialista”.
As declarações, feitas na quarta-feira, em Portimão, durante uma visita de Maria do Céu Antunes a uma unidade de produção de citrinos, causaram perplexidade aos representantes dos agricultores: “A ministra não paga aos agricultores e adia decisões, por retaliação política à CAP?”, questionam, em comunicado, no qual caracterizam a resposta da ministra como bullying político.
“A resposta dada à pergunta do jornalista, totalmente extemporânea à pergunta feita, e proferida com tanta determinação, indicia que a mesma estava já ensaiada. Maria do Céu Antunes quis mesmo dizer o que disse. Deve explicar porquê”, escreve a CAP.
Também a Iniciativa Liberal quer explicações da ministra sobre estas declarações em sede parlamentar, pelo que já entregou um requerimento pedindo a sua “audição urgente”. “Uma resposta com este teor é francamente inaceitável, dando a entender que a gestão do Ministério e as políticas definidas, as quais impactam de forma decisiva o sector e os produtores, são decididas […]