Foi inaugurada, no passado dia 1 de outubro, pela ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, a nova sede da Leader Oeste – Associação para o Desenvolvimento e Promoção Rural do Oeste. Criada em 1994, a organização encontra-se sediada no Cadaval desde 1996, tendo mais recentemente mudado de instalações para a antiga escola primária da vila do Cadaval, por via de acordo de cedência celebrado com a Câmara Municipal.
Durante a sessão solene, Ana Souto, vice-presidente da Minha Terra – Federação Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local, revelou ser este «um momento especial e de muito significado». «Mais do que inaugurar o espaço físico da sede de uma entidade com quase 30 anos de existência, como é o caso da Leader Oeste, é um momento carregado de simbolismo já que esta associação, fundada em 1994, cresceu e frutificou ao longo destas praticamente três décadas». Felicitou, em seguida, os dirigentes da associação, bem como o seu coordenador (José Coutinho) e respetiva equipa técnica, referindo-se ao sucesso alcançado como «um exemplo de que todos nos orgulhamos». Debruçou-se, em seguida, sobre a história e importância do programa Leader, que remonta a 1991.
Por seu turno, José Bernardo Nunes, presidente da Câmara Municipal do Cadaval, começou por explicar que o anterior edifício que constituiu sede da Leader Oeste acusava já idade, em termos estruturais, e era já pequeno para acolher a associação, em todas as suas valências.
«Em boa hora se acordou a cedência deste edifício de uma antiga escola primária, que se encontrava disponível e que agora se vê renovada e apta para uma nova função», declarou o edil cadavalense. «Conseguiu-se, assim, preservar um importante património edificado no Concelho e simultaneamente dar melhores condições a uma relevante associação de âmbito regional».
José Bernardo reafirmou a disponibilidade do Município para continuar a apoiar a associação, referindo, como exemplo mais recente, a recuperação total da pintura dos muros da escola.
O presidente da Câmara desejou, paralelamente, que a Leader Oeste continuasse a contribuir para a economia da região e para o bem-estar das populações.
José Bernardo aproveitou a ocasião da vinda da ministra para evocar a doença que afeta os pomares da região, o fogo bacteriano, realçando o impacto que esta já está a ter, e que pode vir a piorar, na economia da região e do país.
O autarca alertou a governante para os relevantes encargos energéticos que impendem sobre os produtores, designadamente com a energia elétrica (lembrando a importância da rega para as culturas fruteiras), constituindo a disponibilidade de água para a agricultura outro motivo de preocupação.
Tomando a palavra, Pedro Folgado, presidente da direção da Leader Oeste, realçou os 30 anos do programa Leader e «os 27 anos de uma associação que tem sido importante para o território, fazendo jus aos seus 70 associados numa grande diversidade pública e privada». «É nesta diversidade e nesta complementaridade que a Leader Oeste tem crescido», notou.
«O facto de ser a OesteCIM – Comunidade Intermunicipal a presidir à Leader Oeste tem trazido algum crescimento e também alguma regularidade no processo», declarou o responsável. «Importa agradecer à Câmara Municipal do Cadaval pela cedência de instalações, pois sem ela não estaríamos num espaço que é digno para a Leader Oeste, permitindo fazer outras atividades».
Pedro Folgado fez uma retrospetiva sobre o que afirmou ser o «legado da Leader Oeste». Neste contexto, destacou todos os processos no âmbito do desenvolvimento rural do território e o apoio dado a produtos endógenos e identitários da região; o levantamento dos moinhos do Oeste, um número «elevado» de edições apoiadas e produzidas; o apoio na classificação da Serra de Montejunto como área de paisagem protegida; a realização de seminários dedicados ao património e ao ambiente do Oeste.
Ainda neste âmbito, enunciou os «muitos» estagiários acolhidos pela Leader Oeste e as relações académicas com instituições de ensino e de investigação; os «muitos» projetos apoiados em toda a região, a realização da iniciativa “Prove” e do Mercado EcoRural, a Loja do Oeste em Óbidos e a participação como fundadora da Agência Regional de Energia e Ambiente do Oeste – Oeste Sustentável.
O dirigente apresentou também as três grandes áreas da Leader Oeste, na atualidade, a saber: a gestão do Leader – Programa de Desenvolvimento Rural, bem como do Programa CLDS, que confere à Leader Oeste uma vertente de apoio ao nível do desenvolvimento social da região; a gestão do sistema de informação sobre a União Europeia – Europe Direct Oeste, Lezíria e Médio Tejo, que engloba atualmente 36 concelhos.
Por sua vez, Maria do Céu Antunes, ministra da Agricultura, enalteceu também o aproveitamento da antiga escola para acolher a Leader Oeste, facto que agradeceu à Câmara Municipal
A governante destacou tratar-se aquele de um momento comemorativo do 27.º aniversário da associação Leader Oeste, mas também dos 30 anos do programa Leader, que permitiu, graças aos grupos de ação local, dar apoio a mais de 30 mil projetos em Portugal.
«Queremos uma abordagem Leader como parte da estratégia de ação nos territórios rurais», defendeu a ministra, referindo a importância de criar, nas zonas rurais, condições para empresas, emprego de qualidade e oportunidades de formação.
A responsável da pasta da Agricultura destacou a importância da Terra Futura – Agenda de Inovação para a Agricultura 20/3 para o Plano Estratégico da PAC, com enfoque no conhecimento, inovação e digitalização da agricultura das zonas rurais, que conta, segundo Maria do Céu, com 93 milhões de euros do plano de recuperação e resiliência.
«O próximo período de programação pretende nortear a estratégia e as políticas do setor, e reveste-se de grande oportunidade», disse. «Daí a necessidade do reforço dos Grupos de Ação Local na dinamização da implementação das políticas públicas nos territórios, para a qual importa avaliar a capacitação e a dimensão territorial de cada um dos grupos».
Maria do Céu Antunes sublinhou a necessidade de «contar com um espírito de grande cooperação, de grande diálogo, de grande proximidade», para que o trabalho de sucesso dos Grupos de Ação Local possa ter continuidade.
«É necessário promover um desenvolvimento dos territórios rurais que seja cada vez mais justo, mais inclusivo, mais equilibrado, mais inovador e mais sustentável», acrescentou a ministra.
Comunicado enviado pela Câmara Municipal do Cadaval.