Ana Abrunhosa

Ministra da Coesão defende valorização do interior para combater abandono

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, defendeu hoje em Figueiró dos Vinhos a necessidade de se valorizar o interior para evitar tragédias humanas associadas ao abandono dos territórios.

Ao intervir neste concelho do norte do distrito de Leiria, um dos mais atingidos pelo grande incêndio de 17 de junho de 2017, Ana Abrunhosa insistiu na importância de investir nos territórios de baixa densidade demográfica para que “nunca mais aconteçam estas tragédias”, como há quatro anos.

“Os territórios têm de ser valorizados”, disse, considerando que a aposta no conhecimento e na inovação, a par de atividades como a agricultura, a silvicultura e o turismo, contribuirão para inverter a tendência de abandono do interior que tem vindo a acentuar-se nas últimas décadas.

Ana Abrunhosa recordou que, na sequência do violento fogo florestal que eclodiu em Pedrógão Grande, em 2017, e se propagou a Figueiró dos Vinhos e outros municípios vizinhos, causando a morte de 66 pessoas, passou aqui “muito tempo por maus motivos”, então na qualidade de presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC).

Para a ministra da Coesão Territorial, importa agora que o Estado, as autarquias e diferentes entidades, públicas e privadas, “tenham aprendido a lição”.

“Soubemos recuperar, mas todos saímos um pouco chamuscados”, lamentou.

Ana Abrunhosa falava na cerimónia de inauguração do Complexo Empresarial Sonuma, uma iniciativa da Câmara Municipal, liderada por Jorge Abreu, do PS, que contou com apoio de fundos europeus do Centro 2020.

A obra consistiu na “reconversão de um espaço devoluto numa moderna área de instalação empresarial”, explica a autarquia em comunicado.

“São sete espaços distintos e autónomos onde a curto prazo teremos sete empresas a laborar. Três estão já em plena laboração e as restantes quatro em fases diferentes de instalação”, informou Jorge Abreu na sua intervenção, perante uma plateia de que faziam parte, entre outros, a presidente da CCDRC, Isabel Damasceno, que usou da palavra, e o presidente da Assembleia Municipal local, Carlos Silva, que também é secretário-geral da UGT.

“Era um espaço de grande dimensão que se encontrava sem utilização, fruto do encerramento da empresa Sousa, Nunes & Machados, uma unidade de recauchutagem que faz parte da história de Figueiró dos Vinhos e da região, pela importância que tinha neste território, quer no número de trabalhadores, quer na dinâmica económica que evidenciava, sendo uma referência na região”, realça aquela nota.

A candidatura aprovada abrangeu um investimento global de 1.073.118,98 euros, com uma comparticipação do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) de 912.151 euros (85%).

Foram disponibilizados espaços para sete empresas, além de uma área comum que inclui sala de receção e sala de reuniões.


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