
“Sabemos que é
necessária uma avaliação profunda e feita por todos sobre a forma como
combatemos os incêndios e sobretudo sobre as políticas de prevenção que
permitem evitar que cheguemos novamente a situações tão extremas”,
afirmou Maria Lúcia Amaral, em Valpaços, durante o seu discurso no Dia
da Unidade do Comando Territorial de Vila Real da GNR.
Salientou
ainda que “os incêndios rurais são um desafio estrutural” e “não podem
ser enfrentados apenas com medidas avulsas”, pelo que “exigem
compromisso coletivo”, ainda “determinação política” e “responsabilidade
partilhada”.
Já depois, em declarações aos
jornalistas, a ministra acrescentou que a avaliação deverá incidir
sobre dois pontos que considerou “fundamentais”, nomeadamente a
prevenção e o combate.
“Isto é, se
prevenimos o suficiente e se o sistema que temos tem toda a eficácia.
Não é, no entanto, nem o tempo, nem o lugar para fazer essa avaliação”,
afirmou Maria Lúcia Amaral, que frisou que essa avaliação “far-se-á no
tempo devido”.
A ministra aproveitou ainda
para advertir que a preparação e prevenção têm que “permanecer
prioridades absolutas” apesar da melhoria temporária das condições
meteorológicas.
Maria Lúcia Amaral foi
questionada sobre a formação de uma comissão técnica independente, que
vai ser debatida no dia 17 de setembro no parlamento.
“A
comissão técnica independente é um dos meios, como eu disse, dos
lugares e dos tempos adequados para se fazer a avaliação que todos temos
que fazer”, apontou.
A governante lembrou
que a preparação da época de incêndios é feita antecipadamente, durante
o inverno, resultando no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios
Rurais (DECIR).
“Recuso que tenha havido
impreparação neste contexto, agora o que eu não posso recusar de maneira
nenhuma, isso é o que será depois avaliado no tempo e no lugar próprio,
que não tenha havido no terreno falhas devido à dimensão que as coisas
adquiriram neste ano e a proporção que elas adquiriram”, referiu.
A
ministra participou hoje nas comemorações do Dia da Unidade do Comando
Territorial de Vila Real da GNR, que se celebrou na cidade de Valpaços e
onde aproveitou para homenagear esta força de segurança pelo “papel
fundamental” que desempenha nesta região, nomeadamente no âmbito da
prevenção e combate aos incêndios.
Neste
distrito que foi também severamente atingido pelos fogos neste verão,
Maria Lúcia Amaral quis destacar o papel desempenhado pelos militares na
defesa das comunidades e do património florestal.
“Em
nome do Governo e de todos os portugueses deixo-vos uma palavra de
profundo reconhecimento. A vossa coragem, disciplina e sentido de
missão, dignificam a Guarda e enobrecem o serviço público”, sublinhou.