m princípio [o censo], devia ser de cinco em cinco anos, mas temos tido falta de recurso para a sua efetivação. Mas, eu creio que, assim que arrancarmos, vamos cumprir com o nosso plano”, disse Severiano Khoy, diretor-geral adjunto da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC).
Segundo o responsável, que falava durante um seminário sobre a metodologia do Censo Nacional de Elefantes e Grandes Mamíferos, em Maputo, o processo conta com o apoio de parceiros internacionais, numa contagem prevista a decorrer a partir deste mês e até dezembro, admitindo que se registam atrasos.
Severiano Khoy explicou que o levantamento visa “atualizar o número de efetivos e a sua distribuição”, depois de censos anteriores terem registado uma queda de 13% na população, de 10.496 animais em 2014 para 9.122 em 2018, ano do último censo, em resultado da caça furtiva e de fenómenos naturais.
“A reserva do Niassa foi uma das que mais sofreu porque era uma das que tinha o maior potencial, se nós olharmos do ponto de vista da população de elefantes”, disse, por seu turno, Samiro Magane, coordenador do Programa de Conservação da Biodiversidade na Biofund.
Sem avançar o orçamento para o projeto, o responsável explicou ainda que, entre os apoios internacionais, o financiamento sueco é “essencial” para viabilizar um exercício que considerou “um trabalho caro”, envolvendo avionetas e “uma logística bastante grande”.
Para Magane, o censo é “fundamental” para avaliar o estado das espécies de grande valor económico e orientar estratégias de proteção.
Pelo menos 15 pessoas morreram e outras 10 ficaram feridas em ataques de animais no Parque Nacional de Mágoé, no centro de Moçambique, anunciou, segunda-feira, a administração das áreas de conservação, que colocou colares em elefantes para travar incidentes.
Para minimizar o conflito homem e fauna bravia, a ANAC colocou mais quatro colares satélites em igual número de elefantes do Parque Nacional de Màgoé, na província de Tete, centro do país, cujo objetivo é monitorizar a movimentação destes mamíferos e impedir mais mortes e ferimentos.
A ANAC aponta que esta medida visa estabelecer a coexistência entre animais e as comunidades residentes no parque, prometendo esforços para a colocação de mais colares em animais de outras áreas de conservação moçambicanas, entre as quais os parques nacionais do Limpopo, Chimanimani, Gorongosa, de Maputo e a Reserva Especial do Niassa.
De acordo com dados anteriores da ANAC, os ataques da fauna bravia em Moçambique destruíram, de 2019 a 2023, um total de 955 hectares de culturas agrícolas, como milho e mandioca.
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