O ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros da Rússia exigiu esta quarta-feira o levantamento das sanções impostas a Moscovo como condição para se evitar a crise alimentar mundial.
“A solução para se resolver o problema alimentar requer uma abordagem coletiva, envolvendo em particular o levantamento das sanções que foram impostas às exportações e transações financeiras russas”, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Andrei Rudenko, citado por agências de notícias da Rússia.
A invasão russa da Ucrânia, iniciada no passado dia 24 de fevereiro, afetou diretamente a exportação de cereais ucranianos, sendo que o país representa em média 16% da produção mundial de trigo.
Na Ásia, vários países estão a restringir as exportações de produtos agrícolas – trigo e açúcar, nomeadamente na Índia e na Malásia.
A presidente da Comissão Europeia acusa a Rússia de estar a usar a crise alimentar como arma com repercussões globais da mesma forma que fez com a crise energética.
Ursula von der Leyen apela à cooperação internacional para criar cadeias de distribuição seguras.
Ursula von der Leyen condenou que “a artilharia russa esteja a bombardear deliberadamente armazéns de cereais em toda a Ucrânia” e que esteja também a “bloquear navios ucranianos cheios de trigo e sementes de girassol”.
Ursula von der Leyen defendeu, ainda, que “a Ucrânia tem de ganhar esta guerra e a agressão de Putin deve ser um fracasso estratégico”.
A posição surge numa altura de aceso confronto armado na Ucrânia devido à invasão russa, tensões geopolíticas que estão a afetar cadeias de abastecimento, causando receios de rutura de stocks e de crise alimentar.
Tanto a Ucrânia como a Rússia são importantes fornecedores dos mercados mundiais, especialmente de cereais e óleos vegetais, como trigo, cevada e milho, sendo que Kiev é também responsável por mais de 50% do comércio mundial de óleo de girassol e um importante fornecedor de ração para a UE.