O município de Valpaços anunciou que vai avançar a construção da barragem de Maceiras, após aprovação de um investimento de 21 milhões de euros. A nova infraestrutura vai beneficiar cerca de 400 explorações agrícolas e permitir o reabastecimento de aeronaves em caso de incêndio.
A construção da barragem, que faz parte do Programa Nacional de Regadios, “surge da necessidade de colocar em prática uma agricultura sustentável do ponto de vista técnico e económico, e faz parte dos investimentos estratégicos pensados a longo prazo para o concelho”, salienta o município em comunicado.
 
As explorações agrícolas mais beneficiadas pela nova infraestrutura são predominantemente da cultura do olival, amendoal e vinha, bem como culturas temporárias, culturas hortícolas, nomeadamente a batata. A comunicação da Câmara dá ainda conta de que o volume de água consumido anualmente ronde os 2.136.600 m3.
O Aproveitamento Hidroagrícola de Maceiras foi definido com uma área beneficiada de 1.125 hectares, distribuídos por cinco freguesias: Santa Maria de Emeres, Água Revés e Crasto, Carrazedo de Montenegro e Curros, Veiga de Lila e Canaveses e é constituído por uma barragem, uma estação de filtração e rede de rega para fins agrícolas.
Na barragem, a construir na ribeira de Frades, localizada na freguesia de Padrela e Tazém, a bacia hidrográfica tem uma área de 12,9 km 2 e aterro zonado com uma altura máxima de 42 m acima da fundação.
Segundo a Câmara de Valpaços, a capacidade máxima de armazenamento será de 2,8 milhões de metros cúbicos, “permitindo a rega em pressão em todo o perímetro, sem recurso a bombagem, uma vantagem em relação à maioria dos perímetros de rega do país, uma vez que não existirão custos de bombagem, fator este muito penalizador da maioria dos regadios, tendo em conta o preço da energia e os custos de manutenção”.
 
Além disso, a entidade municipal refere ainda que a nova barragem “será fundamental para o armazenamento e distribuição controlada de água, garantindo o abastecimento, principalmente em períodos de maior escassez de água, em quantidade e qualidade, favorecendo o valor económico das produções futuras, aumentando a produtividade das culturas, promovendo a segurança alimentar e impulsionando o desenvolvimento rural”.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.