
Quando compramos ovos, é comum reparar num número impresso na casca. Muitos ignoram esse detalhe, mas ele diz muito sobre a forma como a galinha foi criada e até sobre a origem do produto. Saber interpretar esse código ajuda a fazer escolhas mais conscientes.
O primeiro algarismo na casca dos ovos é o mais importante: indica o tipo de produção. Do “0” ao “3”, cada número corresponde a condições de criação diferentes. Esta classificação segue as regras da União Europeia e é obrigatória em todos os países.
Além do número, aparecem letras que identificam o país de origem (PT para Portugal, ES para Espanha, FR para França, entre outros) e ainda uma sequência de dígitos que permite rastrear a exploração de onde vieram os ovos.
0 — Ovos biológicos
Quando o código começa por “0”, significa que a galinha foi criada em sistema biológico. Isto implica acesso ao ar livre, espaço para caminhar, esgravatar e debicar, mas também uma alimentação à base de rações provenientes de agricultura biológica.
Este é o tipo de produção mais restritivo e valorizado, não apenas em termos de bem-estar animal, mas também pela exigência de alimentos livres de químicos de síntese.
1 — Ovos do campo
O número “1” na casca corresponde aos chamados ovos do campo. Aqui também existe acesso ao ar livre, com liberdade para caminhar e expressar comportamentos naturais como esgravatar e debicar.
A diferença face ao biológico está na alimentação: as galinhas não têm de se alimentar exclusivamente de produtos de agricultura biológica.
2 — Galinhas criadas no solo
O código “2” indica galinhas criadas no solo. Neste caso, os animais podem mover-se livremente dentro do pavilhão, mas não têm acesso ao exterior.
É uma produção intermédia, onde existe mobilidade, mas sem a possibilidade de explorar espaços ao ar livre.
3 — Galinhas em gaiola
O número “3” representa galinhas criadas em gaiola. É ainda o sistema mais comum em vários países europeus, apesar das críticas de organizações de bem-estar animal.
A União Europeia define normas mínimas para este tipo de produção, mas trata-se de um regime intensivo, onde a mobilidade é mais limitada.
O papel das letras e dos dígitos
Depois do número, vêm as letras que identificam o país de origem. “PT” significa Portugal, “ES” Espanha, “FR” França, e assim sucessivamente. É uma forma rápida de perceber de onde vieram os ovos que chegam à mesa.
Os restantes dígitos permitem identificar a exploração específica. É através deles que se assegura a rastreabilidade, elemento essencial para a segurança alimentar.
Informação validada pela Mercadona
Esta explicação não é apenas uma curiosidade: faz parte da informação divulgada pela própria Mercadona, disponível no seu site oficial. A cadeia de supermercados destaca precisamente este código como forma de dar transparência ao consumidor e reforçar a confiança na qualidade e na rastreabilidade dos seus produtos.
Para quem faz compras no dia a dia, esta é uma prova de como um simples detalhe na embalagem pode traduzir-se em segurança e transparência no prato.
Interpretar este código ajuda os consumidores a distinguir métodos de produção e a tomar decisões alinhadas com as suas preferências. Alguns dão prioridade ao bem-estar animal, outros ao preço, mas a informação está disponível para todos.
Trata-se de um exemplo prático de como uma marca discreta na casca pode dar transparência a toda a cadeia alimentar.
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