Não votem com o coração, votem com a cabeça – Eduardo Oliveira e Sousa

1- Considero as próximas eleições das mais importantes dos últimos tempos. Nas recentes autárquicas os protagonistas tiveram uma importância de destaque e o voto foi muito focado na escolha de pessoas. Nas próximas eleições legislativas, em Janeiro, as coisas mudam de figura, uma vez que o método de Hondt pode dificultar a eleição daqueles que mais gostaríamos de ver no Parlamento e no Governo.

Agora que estão “arrumadas as peças no tabuleiro”, formadas as listas e conhecidas as estratégias eleitorais de cada partido, há que começar a perceber como devemos votar.

Em especial no Mundo Rural, o método de Hondt tem uma grande influência nos resultados finais, pelo que é bom que todos percebam as “regras do jogo” antes de colocarem a cruz no partido em que vão votar.

Quando digo Mundo Rural não me refiro apenas às zonas agrícolas, é muito mais que isso. Cidades do interior, como Santarém, Castelo Branco ou Beja (que poucos deputados elegem), são também Mundo Rural, e aí, votar nos partidos do nosso coração, sem atendermos à efetiva capacidade de elegermos quem gostaríamos, pode acabar por beneficiar aqueles que não desejamos eleger. Serão votos desperdiçados.

Pelo contrário, nas regiões metropolitanas como a grande Lisboa, Porto, Setúbal, Aveiro ou Braga, em suma, toda a região litoral onde se concentra a grande maioria da população, aí sim, podemos votar no partido da nossa preferência sem grandes ginásticas mentais.

Precisamos por isso de estar atentos, de conhecer as mensagens, de fazer perguntas e obter respostas. Votemos com a cabeça, minimizando os erros do passado recente que tanto prejudicam o mundo rural e particularmente os agricultores.

Por exemplo: já repararam nas consequências de as Florestas terem sido retiradas ao Ministério da Agricultura? O que defendem os futuros deputados sobre este enorme erro? Pretendem reverter, pretendem manter? E quanto à água? Devemos ou não precavermo-nos melhor quanto às alterações climáticas, olhando para a água como um recurso estratégico, cujo uso deve assentar em critérios científicos e técnicos, em vez de estarmos condicionados por posições ideológicas, as mais das vezes demagógicas? E os animais, deverão passar a ser, como alguns defendem, objectos de culto e veneração? Acabar com as vacas? Deixar de dar leite às crianças? Não estamos a confundir direitos dos animais com deveres dos humanos?

E o que dizer da passividade dos dirigentes do Ministério da Agricultura face à absurda ineficácia dos serviços, em especial na gestão dos fundos da Política Agrícola Comum? Não corremos o risco de implodir o Ministério da Agricultura, responsável por um dos setores fundamentais da economia, da gestão do território e da mais importante política comum da União Europeia? Pode aquele Ministério ficar reduzido a uma repartiçãozeca? Precisamos de respostas para estas e outras questões.

2 – Faço um apelo aos jovens para que votem, mas ponderem bem em quem votar. Oiçam e comparem as mensagens dos partidos. Não se abstenham, pensem em vocês e no vosso futuro.

Há uma acusação latente sobre os […]


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