Com cultivo em Sintra e Aljustrel, a Holigen, até agora detida pela canadiana Flowr e uma das 18 licenciadas pelo Infarmed, foi comprada por um grupo britânico que já produz canábis em África.
A Holigen, que detém uma propriedade de cultivo indoor de canábis com cerca de 7.600 metros quadrados em Sintra e ainda uma instalação exterior com perto de 40 hectares no concelho alentejano de Aljustrel (Beja), acaba de ser comprada pela Akanda Corp, sediada no Reino Unido, por um valor a rondar os 26 milhões de euros.
A multinacional que já era dona de um campo de cultivo no Reino do Lesoto — pequeno país da África Austral que forma um enclave na parte oriental da África do Sul — e da empresa de importação e distribuição CanMart, que abastece farmácias e clínicas no território britânico, fechou negócio com a canadiana The Flowr Corporation.
Foi em julho de 2019 que este grupo de Toronto recebeu autorização do Infarmed para avançar com a plantação de canábis medicinal em Portugal, tendo nessa altura anunciado um investimento de 45 milhões de euros. Menos de três anos depois, a operação roda para as mãos da Akanda, que assim espera “melhorar a capacidade para atender à crescente procura” por este produto.
No arranque deste ano, os antigos donos anunciaram que a subsidiária Holigen tinha concluído com sucesso a primeira colheita de canábis medicinal com elevado teor de THC nas instalações sintrenses, esperando colher aproximadamente 300 quilos no primeiro trimestre. As previsões apontam para uma produção anual de mais de duas toneladas de “canábis premium“ nessa que é uma das poucas unidades com certificação europeia de boas práticas de fabrico (GMP), além de uma quantidade superior a 100 toneladas de canábis outdoor.
Portugal é uma das principais jurisdições da União Europeia para acolher negócios de canábis, com um Governo voltado para o futuro, além de um regulador responsivo.
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