Nesta quarta-feira, houve em média um novo incêndio a cada dez minutos

Do Gerês a Faro, as cinzas de 170 fogos escureceram o país. Neste ano, 60% das ocorrências foram fruto do uso negligente do fogo e registaram-se já 2460 crimes de incêndio florestal.

Contas feitas no final desta quarta-feira, acendeu-se um novo fogo em Portugal continental em média a cada 10 minutos. Das 171 ignições em todo o território, 27 continuavam activas às 19h e a inquietar habitantes e agentes de protecção civil. Num dia de ventos fortes e temperaturas que ultrapassaram os 45 ºC, o combate aos incêndios tornou-se infernal.

Durante a manhã eram já sete os incêndios a preocupar as autoridades, em particular na região Centro e no Algarve, em Faro. No distrito de Leiria, que tem sido o mais afectado, o dia ainda começou com alguma esperança, na perspectiva de uma evolução favorável do combate aos fogos, alguns dominados durante a madrugada.

Depois de algumas horas, esse optimismo caía por terra. O incêndio na vila de Ansião reactivou-se e rapidamente se aproximou de habitações na zona da Junqueira. Se por volta das 17h ainda não existiam operacionais no terreno e eram os moradores a conter o avanço das chamas, às 19h30 o cenário era diferente, com mais de 450 bombeiros no local, apoiados por aeronaves e mais de uma centena de veículos. Ainda assim, ao final do dia, labaredas continuavam a ameaçar casas de primeira habitação.

A poucos quilómetros, em Abiul, no município de Pombal, que amanheceu com uma área ardida já superior a 1600 hectares segundo estimativas da autarquia, a situação também se foi agravando. “Vejo desespero. As pessoas estão desamparadas. Vi vários bens a ser salvos por populares, pela protecção civil e pelos bombeiros”, relatou o presidente da Câmara Municipal de Pombal, Pedro Pimpão.

Além de Abiul, o autarca alertou também para complicações na freguesia de Redinha: “Devido a diversos reacendimentos, associados também às condições meteorológicas severas, com a agravante da insuficiência de meios, os incêndios que estão a atingir o concelho de Pombal estão a complicar-se.”

Ainda em Pombal, na aldeia de Ereiras, a população foi aconselhada a proteger-se e não sair de casa, mantendo a “calma” e “vigilância”. Foram entretanto retiradas mais de 50 pessoas de aldeias em risco nesta zona. Às 20h, o fogo já consumia várias casas.

Quanto à origem destes fogos e reacendimentos, as investigações judiciais continuam […]

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