Noruega confirma níveis mais elevados de radiação mas descarta perigo para a saúde humana

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Em comunicado divulgado na terça-feira, a Autoridade Norueguesa de Radiação e Segurança Nuclear (DSA, na sigla em norueguês) adiantou que foram registados níveis “muito baixos” de césio radioativo em Svanhovd e Viksjoefjell, junto à fronteira com a Rússia, no Ártico.

Os dados foram recolhidos entre 9 e 16 de setembro em ambas as cidades. Até ao momento, os níveis registados não representam um risco para seres humanos ou para o ambiente, adiantaram as autoridades locais.

“A DSA encontra sempre césio em todas as estações de filtragem de ar na Noruega que geralmente vem da poeira levantada pelas antigas precipitações do acidente de Chernobyl”, adiantou a autoridade norueguesa numa atualização esta quarta-feira. “Desta vez, é mais provável que a culpa seja do incêndio florestal em torno de Chernobyl”, acrescentou ainda.

Por sua vez, também a autoridade nuclear e de radiação da Finlândia deu conta de níveis “ligeiramente mais elevados de césio em todas as oito estações de recolha”.

“O resultado mais elevado observado foi agora de 11 micro-becquerel por metro cúbico, enquanto as leituras normais nas estações são inferiores a um micro-becquerel por metro cúbico”, adiantam as autoridades finlandesas.

No entanto, esses níveis são, ainda assim, pouco significativos. A concentração média de radão nas casas finlandesas é de 90 becquerls por metro cúbico, ou seja, mais de um milhão de vezes superior, adiantam as autoridades citadas pela agência Reuters.

“Especulamos que as emissões podem ter origem em incêndios florestais na região da Ucrânia, o que poderia ter elevado o nível de radioatividade na atmosfera”, adiantou ainda a autoridade nuclear da Finlândia.

No início da última semana, a 9 de setembro, o Serviço Estatal de Emergências da Ucrânia indicou que um incêndio na região de Kiev chegou a ser combatido por quase 400 bombeiros.

Mais tarde, um porta-voz dos serviços de emergência confirmou que o incêndio ocorreu na Zona de Exclusão de Chernobyl.

Questionado esta quarta-feira sobre os níveis de radiação na atmosfera, o Kremlin indicou que as autoridades do país não emitiram quaisquer alertas.

“Não houve avisos relevantes dos nossos serviços sobre um nível aumentado de certos isótopos na atmosfera e também não houve avisos sobre ameaças à saúde humana”, adiantou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

A 26 de abril de 1986, uma explosão num dos reatores da central nuclear de Chernobyl provocou vários mortos e libertou grandes quantidades de radiação para a atmosfera. Na altura, partes do norte da Ucrânia, Bielorrússia, Rússia e outros países do norte e centro da Europa registaram níveis elevados de iodo-131, césio-134 e césio-137.

Segundo os cálculos da Organização Mundial de Saúde, registaram-se pelo menos quatro mil mortes prematuras nas décadas seguintes atribuídas aos efeitos de longo prazo deste desastre nuclear, nomeadamente casos de cancro provocado por exposição à radiação.

Veja a reportagem na RTP.


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