A partir da cultura industrial da bactéria Bacillus thuringiensis, preparam-se alguns inseticidas biológicos com muito interesse no combate à traça da uva, a lagartas e roscas das couves, à mineira das folhas do tomateiro, à traça da batateira, ao bichado das pomóideas, à traça do tomateiro, à traça do buxo e a outras pragas.
Os inseticidas biológicos à base de Bacillus têm uma persistência de ação de cerca de 10 dias, na ausência de chuva. São degradados pelos organismos do solo em 3 ou 4 dias e pela luz 10 a 12 dias após a aplicação, não deixando resíduos. Nas análises dos produtos agrícolas tratados com Bacillus, não aparecem resíduos.
Os inseticidas à base de Bacillus thuringiensis têm muito interesse em programas de produção integrada e de produção biológica. No entanto, a sua utilização é permitida em todos os métodos de produção e pode ajudar a prevenir a proliferação de ácaros na Vinha e nos pomares, não destruindo os insetos e ácaros úteis.
Estão homologadas em Portugal diversas especialidades à base de Bacillus thuringiensis: COSTAR WG, DIPEL DF, SEQURA, TUREX.
Para desenvolver a sua ação inseticida, o Bacillus tem de ser ingerido pelas larvas. Por isso, é necessário aplicá-lo quando nascem as primeiras larvas. Se o voo se prolongar, convém renovar o tratamento 10 dias depois da primeira aplicação. Atenção às informações sobre os voos destes insetos transmitidas nos Avisos Agrícolas.
Para uma eficácia elevada, deve fazer-se uma aplicação cuidadosa, atingindo bem os cachos. Em período de muito calor, o tratamento deve ser feito ao fim do dia. O tratamento é lavado por uma chuva de 25 mm ou superior. Nesse caso, poderá ter de ser repetido.
Ajuste sempre o volume das caldas a aplicar à massa de vegetação da vinha, de modo a evitar derivas e desperdícios de produto. (Recomendação extensiva à generalidade dos tratamentos e culturas).
O artigo foi publicado originalmente na Circular n.º 12 da Estação de Avisos de Entre Douro e Minho.