Novo método reduz custos da rearborização

Agostinho Antunes reflorestou a sua propriedade em Alvaiázere com equipamentos que reduzem os custos das operações florestais até 40%.

Emigrante em França, Agostinho Antunes nunca reflorestou adequadamente os dois hectares que possui em Alvaiázere, que em 2017 foram totalmente devastados pelo fogo. “De vez em quando, só cortávamos o mato”, diz à “Produtores Florestais”. A adesão ao Grupo de Certificação de Matas da 2B Forest, nesse mesmo ano, foi ponto de partida para apresentar em 2019 um plano de reordenamento florestal ao abrigo do RJAAR, com objetivos claros: obter melhor produtividade, diminuir encargos de manutenção e oferecer maior proteção à habitação existente na propriedade.

No final desse ano arrancaram as operações florestais na propriedade, seguindo um novo método de rearborização, com recurso a equipamento especialmente desenvolvido para o minifúndio – um arranca-cepos multifunções acoplado a uma giratória/escavadora de 20-25 t e uma alfaia que faz ripagem e gradagem, adaptada a um trator de 80-100 cv – cuja eficácia permite reduzir horas de máquina na preparação do terreno.

Este modelo de reflorestação em pequenas parcelas permite poupar 600€ a 800€ por hectare na preparação para a plantação.

Este modelo de rearborização, desenvolvido pela Navigator em parceria com a Fravizel, APFRA, Unimadeiras, 2BForest e FSC®, permite poupar até 40% (600€ a 800€ por hectare) nos custos de preparação para plantação florestal (eucalipto, pinheiro, carvalho ou outras espécies) ou instalação agrícola (pomares ou olivais).

“As técnicas habitualmente utilizadas no minifúndio florestal são operações muito caras, com mobilização muito intensiva e, consequentemente, forte impacto na degradação do solo, na baixa produtividade e rendimento posteriores. Isto provoca o desânimo dos proprietários e muitas vezes o abandono das terras”, adianta José Rafael, responsável do projeto no departamento de Inovação e Desenvolvimento Florestal da Navigator, justificando que “é mais fácil e menos dispendioso mobilizar e replantar no minifúndio com recurso a equipamentos mais adaptados para manobrar em pequenas áreas”.

Operação dividida em duas fases

A primeira fase da empreitada visou a remoção dos cepos de eucalipto e pinheiro-bravo, tendo em conta o seu aproveitamento para lenha e a necessidade de manter a fertilidade do terreno. O arranca-cepos Easy 3C retira o núcleo do cepo, corta tudo à volta e deixa as raízes antigas debaixo da terra. De seguida, o terreno foi mobilizado por uma alfaia ARG, que faz as operações de ripagem e gradagem em simultâneo. Adaptada a pequenos tratores, esta alfaia mobiliza o solo nos 50 centímetros superficiais, sem alteração do perfil e sem reviramento dos seus horizontes, mantendo o solo fértil e enriquecido, e pronto para plantar.

José Rafael não tem dúvidas sobre as vantagens deste modelo de rearborização em minifúndio. “Garante uma preparação e uma instalação baratas e um potencial produtivo elevado. Estamos a falar de um custo total de arranque de cepos e preparação do terreno na ordem de 1 000€-1 300€ por hectare”, afirma, sublinhando: “Com a vantagem ainda de obter-se lenha para utilização doméstica.”

O artigo foi publicado originalmente em Produtores Florestais.


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